ATA DA SEXAGÉSIMA TERCEIRA SESSÃO ORDINÁRIA DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 15.08.1997.

 


Aos quinze dias do mês de agosto do ano de mil novecentos e noventa e sete reuniu-se, na Sala de Sessões do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às nove horas foi realizada a chamada, sendo respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Clovis Ilgenfritz, Cyro Martini, Gerson Almeida, Guilherme Barbosa, João Carlos Nedel, João Dib, Juarez Pinheiro e Paulo Brum.  Ainda, durante a Sessão, compareceram os Vereadores Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Clênia Maranhão, Décio Schauren, Elói Guimarães, Fernando Záchia, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Motta, José Valdir, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila, Pedro Américo Leal, Reginaldo Pujol, Renato Guimarães e Sônia Santos. Constatada a existência de "quorum", o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos e determinou a distribuição em avulsos de cópias das Atas da Sexagésima Segunda Sessão Ordinária e da Décima Sétima Sessão Solene, que foram aprovadas. À MESA foram encaminhados: pela Vereadora Clênia Maranhão, o Projeto de Lei do Legislativo nº 146/97 (Processo nº 2442/97); pelo Vereador João Carlos Nedel, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 148 e 149/97 (Processos nºs 2459 e 2460/97, respectivamente); pelo Vereador Luiz Braz, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 15/97 (Processo nº 2424/97); pela Vereadora Maristela Maffei, 01 Emenda ao Projeto de Lei do Executivo nº 36/97 (Processo nº 2447/97); pelo Vereador Paulo Brum, 02 Pedidos de Providências. Do EXPEDIENTE constaram: Ofícios nºs 364/97, do Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; 283/97, do Senhor Arno Hugo Augustin Filho, Secretário Municipal da Fazenda; 76/97, do Senhor Fernando Carlos Becker, Presidente da Sociedade de Ginástica Porto Alegre; 258/97, do Senhor João Carlos Vasconcellos, Diretor-Presidente da Empresa Porto-Alegrense de Turismo S/A; 904/97, da Caixa Econômica Federal; 943/97, do Senhor Renato da Costa Figueira, Presidente da Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Rio Grande do Sul; s/nº, do Senhor Celso de Lara; s/nº, do Senhor Cristiano Roberto Tatsch, Presidente da Companhia Riograndense de Telecomunicações; Convites da Fotógrafa Lisette Guerra e da Zero Hora, para o coquetel de lançamento do livro "Retrato de Modelo"; do Deputado João Luiz Vargas, Presidente da Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul, para a instalação da Comissão Especial para a Inspeção e Fiscalização dos Produtos de Origem Animal para Consumo Humano. Após, em TRIBUNA POPULAR, o Senhor Presidente concedeu a palavra à Senhora Iolanda Maria Furtado Bastos, Coordenadora do Movimento Familiar Cristão, que discorreu sobre os quarenta anos de atuação em Porto Alegre da Entidade que  coordena, salientando o trabalho ali realizado em prol da valorização e da proteção da vida familiar. Ainda, a Senhora Iolanda Maria Furtado Bastos procedeu à entrega, ao Senhor Presidente, de material impresso utilizado durante as atividades do Movimento Familiar Cristão e o Vereador Cláudio Sebenelo manifestou-se acerca da importância desse Movimento. Na oportunidade, o Senhor Presidente registrou as presenças dos Senhores Hélio Magalhães, Valter Ramalho e César Nedel, Coordenadores em Porto Alegre do Movimento Familiar Cristão, e da Senhora Dercy Furtado. Após, concedeu a palavra ao Vereador João Carlos Nedel que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Também, o Senhor Presidente procedeu à leitura da poesia "O Afinador", de autoria de Dom  Hélder Câmara. Às nove horas e trinta minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo reabertos, constatada a existência de "quorum", às nove horas e trinta e sete minutos. A seguir, o Senhor Presidente registrou o comparecimento, na Casa, dos Atletas Felipe Garcia, Sílvia Rothfeldt, Nilzo Pereira Maia Júnior e Lúcio Bertazo Goldani, os quais participarão de Universíade na Itália, o primeiro na modalidade de lançamento de martelo e os três últimos na modalidade de esgrima, convidando o Vereador Carlos Garcia a conduzi-los até a Mesa dos trabalhos. Também, convidou o Senhor José Haroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desportos do Rio Grande do Sul, a integrar a Mesa. Em continuidade, concedeu a palavra ao Vereador Carlos Garcia que, em nome da Casa, saudou os visitantes. Às nove horas e quarenta e seis minutos, os trabalhos foram suspensos, nos termos regimentais, sendo reabertos, constatada a existência de "quorum", às nove horas e cinqüenta e um minutos. Após, foi apregoado Requerimento da Vereadora Tereza Franco, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, no período de quinze a dezessete de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na vereança o Suplente Jocelin Azambuja, informando que Sua Excelência integrará a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do Legislativo nºs 97/97, este discutido pelos Vereadores Adeli Sell e Cláudio Sebenelo, 136/97, este discutido pelo Vereador Cyro Martini, 137, 140, 64/97, este discutido pelo Vereador Reginaldo Pujol, 134, 52, 125, 127, 128, 130, 131, 132/97, este discutido pelo Vereador Cyro Martini, 133/97 e 96/95; o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 117/97; os Projetos de Lei do Executivo nºs 28, 29, 32, 33, 34, 30 e 31/97, este discutido pelo Vereador Cláudio Sebenelo; o Projeto de Resolução nº 22/97; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 14/97, discutido pelo Vereador Renato Guimarães; o Projeto de Lei do Executivo nº 70/96; os Projetos de Lei do Legislativo nºs 67, 123 e 124/97; em 5ª Sessão, o Projeto de Resolução nº 21/97. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Antonio Hohlfeldt  teceu comentários acerca de problemas de trânsito encontrados na Rua Cruz Jobim, solicitando providências da Secretaria Municipal dos Transportes, visando à implantação de mão única no local, a fim de evitar os riscos de acidentes atualmente observados. O Vereador Jocelin Azambuja, manifestando sua preocupação face à medida levada a efeito pelo Departamento Municipal de Limpeza Urbana, que passou a cobrar por caçamba de lixo colocada nos aterros sanitários, lembrou que a coleta de detritos das calçadas através da utilização dessas caçambas é um serviço que gera empregos e auxilia a coleta geral de lixo da Cidade. A seguir, foi apregoado Requerimento do Vereador Eliseu Sabino, solicitando Licença para Tratamento de Saúde no período de treze a dezessete de agosto do corrente, tendo o Senhor Presidente declarado empossado na Vereança o Suplente Leão de Medeiros, informando que Sua Excelência passará a integrar a Comissão de Educação, Cultura e Esportes. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador Nereu D'Ávila registrou o lançamento, pelo Presidente Nacional do PDT, Senhor Leonel Brizola, do nome da Senadora Emília Fernandes como candidata do PDT às próximas eleições para o Governo Estadual, analisando os motivos pelos quais não foi viabilizada a aliança entre o PDT e o PT para essas eleições. O Vereador Gerson Almeida reportou-se ao pronunciamento do Vereador Nereu D'Ávila, saudando o ingresso da Senadora Emília Fernandes no PDT. Ainda, discorreu sobre as formas como são tomadas as decisões internas do PT, comentando o encaminhamento dado por seu Partido às discussões referentes a uma possível coligação com o PDT nas próximas eleições estaduais. O Vereador João Dib relatou denúncia de agressão verbal sofrida pelo funcionário Édson Gomes Lescano por parte do Presidente da Companhia Carris Portoalegrense,  com demissão desse funcionário após o mesmo ter registrado ocorrência junto à delegacia policial. Declarou ter encaminhado o assunto à Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos para que a questão seja devidamente esclarecida. Na oportunidade, a Vereadora Maria do Rosário registrou que a Comissão de Defesa do Consumidor e Direitos Humanos tomará todas as providências necessárias para o esclarecimento da situação relatada pelo Vereador João Dib.  A seguir, constatada a existência de "quorum", foi iniciada a ORDEM DO DIA e aprovado Requerimento verbal da Vereadora Anamaria Negroni, solicitando alteração na ordem de votação da matéria a ser apreciada. Em Discussão Geral e Votação Nominal, foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 153/96, considerando-se rejeitado o Veto Total  a ele aposto, por vinte e seis votos SIM e uma ABSTENÇÃO,  após ser discutido pelos Vereadores Cláudio Sebenelo, Reginaldo Pujol, João Dib, Carlos Garcia, Décio Schauren, Adeli Sell, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal, Jocelin Azambuja e Lauro Hagemann e encaminhado à votação pelos Vereadores Paulo Brum e Gerson Almeida, tendo votado Sim os Vereadores  Adeli Sell, Anamaria Negroni, Antonio Hohlfeldt, Antônio Losada, Carlos Garcia, Cláudio Sebenelo, Décio Schauren, Fernando Záchia, Gerson Almeida, Hélio Corbellini, Isaac Ainhorn, João Carlos Nedel, João Dib, João Motta, José Valdir, Juarez Pinheiro, Lauro Hagemann, Maria do Rosário, Nereu D'Ávila,  Paulo  Brum,   Pedro  Américo  Leal,  Reginaldo Pujol, Renato Guimarães, Sônia Santos, Jocelin Azambuja e Leão de Medeiros e optado pela Abstenção o Vereador Guilherme Barbosa. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 73/96, com a Emenda nº 01 a ele aposta, após ser discutido pelo Vereador Leão de Medeiros e encaminhado à votação pelos Vereadores Antonio Hohlfeldt, Jocelin Azambuja, Décio Schauren e João Dib. Durante a discussão deste Projeto, o Vereador João Dib cedeu seu tempo para o Vereador Leão de Medeiros. Em Discussão Geral e Votação foi aprovado o Projeto de Lei do Legislativo nº 158/96, com a Emenda nº 01 a ele aposta,  após ser encaminhado à votação pelos Vereadores Gerson Almeida e Reginaldo Pujol.  Às doze horas e trinta e sete minutos,  constatada a inexistência de "quorum", o Senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelos Vereadores Clovis Ilgenfritz, Isaac Ainhorn, Paulo Brum e Carlos Garcia e secretariados pelos Vereadores Paulo Brum e Guilherme Barbosa. Do que eu, Paulo Brum, 1º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada por mim e pelo Senhor Presidente.

 

 

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz):  Passamos ao tempo destinado à

 

TRIBUNA POPULAR

 

De acordo com o art. 100, da LOM, a entidade que hoje nós dá o prazer da presença é o Movimento Familiar Cristão, e o assunto são os 40 anos de atuação da entidade em prol da valorização da família.

Convidamos a Sra. Iolanda Maria Furtado Bastos para ocupar a tribuna.

 

A SRA. IOLANDA MARIA FURTADO BASTOS: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, é com imensa honra e alegria que nós, integrantes do Movimento Familiar Cristão, chegamos a esta Casa. Temos muito orgulho em pertencer à Cidade de Porto Alegre. Tenho a honra de presidir o Movimento Familiar Cristão nesta Cidade.

Gostaríamos de registrar uma data muito importante para nós, que são os 40 anos do Movimento Familiar Cristão, hoje, não só em Porto Alegre, mas no Rio Grande do Sul e já há 45 anos no Brasil.

O Movimento Familiar Cristão nasceu na década de 50  e se propôs, desde o seu nascimento, a usar como bandeira a valorização da família, isso numa época em que, como  V. Exas. sabem, a família passava por profundas transformações que fizeram com que um grupo de cristãos levantasse uma bandeira em prol dessa família, não uma família somente comprometida com o seu núcleo enquanto família, mas a família comprometida com o bem comum, e essa é, realmente, a nossa grande bandeira. Muitos dos Senhores aqui presentes devem ter lembrança de que nas décadas de 60 e 70, com a grande revolução do comportamento da mulher, do comportamento dos filhos diante da família, esse movimento foi pioneiro, quando se lançou preparando jovens casais para o casamento, jovens casais preparados não mais dentro de uma mentalidade conservadora, dentro de uma mentalidade onde a moral era duvidosa em termos de preparação, mas onde se derrubavam grandes barreiras para lançar esse casal em torno de uma comunidade.

O Movimento Familiar Cristão, entidade hoje declarada de utilidade pública, sem fins lucrativos, e vinculada à Confederação Internacional dos Movimentos Familiares Cristãos, organismos consultivos da ONU - Organização das Nações Unidas, e reconhecida pelo Pontifício Conselho para Leigos, como a Associação Internacional de Fiéis de Direito Privado, por Decreto, tenta, não só como Igreja, trabalhar, mas também ajudar a cumprir o artigo constitucional nº 227, que diz: “É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança e ao adolescente, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a salvo de toda a forma de negligência, crueldade e opressão”. O Movimento Familiar Cristão, no Brasil, na América Latina como em todo o mundo e em Porto Alegre, quer anunciar, mas também quer ser um movimento que denuncia. Toda vez que a família for atingida por alguma injustiça, o Movimento quer ser bandeira de proteção.

É uma honra muito grande estar aqui. Gostaríamos de, homenageando os Srs. Vereadores e esta Casa, dizer que o Movimento Familiar Cristão em Porto Alegre é uma bandeira não só como Igreja, mas um movimento que quer preservar, também, o bem comum desta Cidade. Quando trabalhamos com jovens pares de noivos, com famílias, com jovens e adolescentes, queremos que esta Cidade tenha orgulho dos seus cidadãos. Nós agradecemos esta oportunidade e gostaríamos de passar às mãos do Sr. Presidente algum material sobre o nosso Movimento Familiar Cristão. Muito obrigada pela honra que nos dispensou.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Eu gostaria de dizer que ficamos impressionados com o trabalho do Movimento Familiar Cristão. É importante a preparação dos jovens no matrimônio e, certamente, é uma contribuição para a melhoria da nossa sociedade.

 

O SR. PRESIDENTE: Manifestação do Ver. Cláudio Sebenelo. Queremos registrar a presença do Sr. Hélio Magalhães e do Sr. Valter Ramalho, que são Coordenadores, em Porto Alegre, do Movimento Familiar Cristão. Também queremos registrar a presença do Sr. César Nedel.

Nós queríamos pedir ao Ver. João Carlos Nedel para que diga algumas palavras em nome da nossa Casa.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, realmente, tudo pela família. O Movimento Familiar Cristão, que está comemorando 40 anos de benefícios à sociedade e à família, nos dá muito honra de comparecer a esta  Câmara justamente para comemorar conosco esses benefícios e justamente na Semana Nacional da Família, que a CNBB comemora de 10 a 17 de agosto. Eu gostaria, já que estamos nos preparando para o II Encontro Mundial da Família com o Papa João Paulo II, de  lembrar o que ele escreve sobre a família, na sua exortação apostólica “Christifideles laici”.   Ele diz: “Berço da vida e do amor, onde o homem nasce e cresce, a família é a célula fundamental da sociedade”. Eu ainda acrescento: a família é a reserva de qualidade da sociedade humana.

Ainda, nesta última quarta-feira, já que estamos falando em Papa, eu falo no “Papa da Política” em Porto Alegre, o nosso querido João Dib, que, se referindo nessa Sessão, disse, na quarta-feira, que a sociedade esqueceu da parte mais importante, que é a família, que a família é relegada a um plano secundário; marido e mulher de um lado, crianças nas drogas - e aí fizemos comissões para cuidar das crianças que usam drogas. Tínhamos, sim, que cuidar da família, congregar a família, valorizar a família, e ninguém é mais importante para trazer uma mensagem digna e respeitada do que aquele que é Cidadão de Porto Alegre e que é o homem mais respeitado do mundo: o Papa João Paulo II. É bom lembrar que, no fim de tudo, o homem encontra a paz, a serenidade e o apoio na família.

Para concluir, em nome dos Vereadores desta Casa, eu gostaria, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, de ler a “Oração pela Família”, elaborada pelo Papa João Paulo II para o II Encontro Mundial das Famílias: (Lê.)

 

 “Oh, Deus, de quem procede toda paternidade

no céu e na terra,

Pai, que és Amor e Vida,

Faz que cada família humana sobre a terra se converta,

por meio de teu Filho, Jesus Cristo, ‘nascido de Mulher’,

e mediante o Espírito Santo, fonte de caridade divina,

em verdadeiro santuário da vida e do amor

para as gerações que sempre renovam.

Faz que tua graça guie os pensamentos e as obras

dos esposos para o bem de suas famílias

e de todas as famílias do mundo.

Faz que as jovens gerações encontrem na família um forte apoio

para sua humanidade e seu crescimento na verdade e no amor.

Faz que o amor, reafirmado pela graça do sacramento do matrimônio,

se revele mais forte que qualquer debilidade e qualquer crise,

pelas quais às vezes passam nossas famílias.

Faz finalmente, te pedimos por intercessão

da Sagrada Família de Nazaré,

que a Igreja em todas as nações da terra

possa cumprir frutiferamente sua missão na

família e por meio da família.

Tu, que és a Vida, a Verdade e o Amor,

Na unidade do Filho e do Espírito Santo.

Amém.”

                            

Senhoras e Senhores, na Semana da Família, quando o Movimento Familiar Cristão completa 40 anos, agradecemos a presença da professora Iolanda Bastos, do Sr. Hélio Magalhães, do Sr. Valter Ramalho e do Sr. César Nedel, bem como a presença da Sra. Dercy Furtado, que foi Presidente do nosso Movimento Cristão.

Agradecemos a colaboração e a forte contribuição para a construção de um mundo melhor. Obrigado. Sejam bem-vindos em nome da Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Solicito ao Ver. João Nedel que acrescente à homenagem que estamos fazendo aqui ao Movimento Familiar Cristão uma poesia que está no livro aqui distribuído, de Dom Hélder Câmara, com o nome de “O Afinador”:

“Admiro e quase invejo não tanto teu ouvido privilegiado que capta cada nota e sente em cada uma o mais leve desajuste, o menor passo em falso. Admiro e quase invejo a fineza com que levas notas dissonantes a de novo se harmonizarem.”

Queríamos agradecer a presença da Sra. Iolanda, que representou, como Coordenadora do Movimento; também a presença da ex-Presidente, nossa querida amiga Vera. Dercy Furtado; acrescentar a chegada da Sra. Terezinha e dizer que a nossa Câmara se irmana nesse movimento em apoio a todo o processo que vem sendo feito desde a década de 50.

 Agradecemos a presença e vamos suspender os trabalhos por alguns minutos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h30min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 9h37min): Reabrimos os trabalhos. Estaremos cumprindo uma segunda parte deste nosso dia: o comparecimento dos atletas que participarão da Universíade na Itália e que, por uma sugestão do Ver. Carlos Garcia, serão rapidamente homenageados com nossos fluidos positivos para que voltem com as medalhas.

Convidamos os atletas para fazerem parte da Mesa: Felipe Garcia, lançamento de martelo; atletismo, Sílvia Rothfeldt,  Nilzo Pereira Maia Júnior e Lúcio Bertazo Goldani, na esgrima.

O Ver. Carlos Garcia está com a palavra para falar em nome da Casa.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, achamos importante convidar esses atletas a comparecerem aqui na Casa para receber nossa homenagem. Primeiramente, é um fato histórico. Nunca no Rio Grande do Sul, com exceção de 1963, quando a Universíade foi em Porto Alegre,  se teve uma representação tão numerosa.

 

O SR. PRESIDENTE: Convidamos o Sr. José Haroldo Loureiro Gomes,  Diretor do Departamento de Desportos do Rio Grande do Sul, para compor a Mesa.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Nunca no Rio Grande do Sul se teve uma delegação tão grande, representando o nosso País. Isso demonstra  também que o atual momento desportivo do Rio Grande do Sul é um momento ímpar. Nós, como desportistas, ligados especificamente a esta área,  temos o compromisso e a obrigação de divulgar o esporte, porque muitas vezes o público em geral desconhece que esses atletas vão levar Porto Alegre, o Rio Grande do Sul e o Brasil para o mundo.

Neste momento saudamos a Sílvia, aluna de Fisioterapia da Faculdade de Ciência e Saúde do IPA, campeã  brasileira de esgrima e atleta do Grêmio Naútico União. Saudamos também o Lúcio Bertazo, da Pontifícia Universidade Católica, acadêmico de Engenharia Civil, campeão brasileiro universitário de esgrima, e saudamos também Nilzo Pereira Maia Júnior, da UNISINOS, acadêmico de Educação Física, também campeão  brasileiro universitário. Vou quebrar um pouquinho o protocolo para saudar o meu filho, meu atleta, Felipe Rios Garcia, acadêmico da PUC de Engenharia Elétrica e que não está mais competindo, este ano, pelo Rio Grande do Sul, mas está competindo pela equipe do Arpoador do Rio de Janeiro. Saúdo também o meu amigo  José Haroldo Loureiro Gomes, Diretor do Departamento de Desporto do Rio Grande do Sul, que contribuiu em muito para que a delegação do Rio Grande do Sul pudesse participar dos Jogos Universitários Brasileiros, que foram realizados em Santa Catarina,  e, em decorrência dos resultados daquele evento, vão representar o Brasil agora, do dia 18 até 31 na Sicília, Itália.

Desejo a todos os atletas, em nome da Casa, que de lá tragam bons frutos e que possam cada vez mais levar a mensagem do desporto que vocês representam, a mensagem de Porto Alegre, do Rio Grande do Sul e do Brasil. Parabéns a todos, e quem está em festa é o Rio Grande do Sul, o desporto nacional. E, no ano que vem, nesta Casa, uma nova homenagem aos 30 anos da Universíade, que foi o maior evento realizado em nosso Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)             

             

O SR. PRESIDENTE: Nós registramos, como já foi anotado pelo Ver. Carlos Garcia, a presença do Sr. José Haroldo Loureiro Gomes, Diretor de Esportes. Eu acho que a homenagem que esta Casa faz, por sugestão do Ver. Garcia, demonstra que nós, Vereadores de Porto Alegre, representando a população, estamos aqui atentos para os acontecimentos, inclusive este que nos orgulha muito, que é a presença de jovens atletas do Rio Grande do Sul, de Porto Alegre representando o Brasil na Universíade.

É muito importante, embora não estivesse previsto regimentalmente, que esta Casa registre o nosso desejo de que vocês não fiquem com o título do Brasil, mas, sim, busquem agora um título mundial. Mas, se ele não vier, continuarão a ter de nós a maior admiração, porque sabemos que uma olimpíada como esta é altamente competitiva, com países de todo o mundo, e entendo que seja muito importante a participação. Nós, no retorno, queremos, novamente, encontrar com todos vocês, saber dos resultados e poder continuar neste processo de emulação da Câmara Municipal com os desportistas da nossa Cidade, do nosso País.

Um abraço para vocês! Boa Universíade, bons resultados, e que a gente possa se encontrar brevemente!

 

(Suspendem-se os trabalhos às 9h46min.)

 

O SR. PRESIDENTE (às 9h51min): Reabrimos os trabalhos da presente Sessão. Cumprimentamos os pais dos atletas que vieram aqui nos prestigiar.

Anunciamos a licença de saúde da Vera. Tereza Franco,  conforme atestado em anexo. S. Exa. deverá permanecer afastada de suas atividades por três dias por motivo de doença.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença da Vera. Tereza Franco e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

Passamos ao período de

 

 

<D><MOLD=2 pt><MF=27 mm><PF=15 mm><LF=164 mm><AF=257 mm><D><E>PAUTA - DISCUSSÃO PRELIMINAR

 

1ª SESSÃO

 

PROC. 1550/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 097/97, de autoria do Ver. José Valdir, que denomina Professor Paulo Freire o Centro Municipal de Educação do Trabalhador (CEMT).

 

PROC. 2360/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 136/97, de autoria do Ver. João Dib, que altera a Lei nº 5621, de 13.09.1985, que denomina Praça Dr. Oscar Sális um logradouro público.

 

PROC. 2365/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 137/97, de autoria do Ver. Pedro Ruas, que institui o "Dia da Lembrança dos Heróis e Mártires da Guerra contra o Nazi-Fascismo" e dá outras providências.

 

PROC. 2392/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 140/97, de autoria do Ver. Luiz Braz, que concede o título honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Pedro Antônio Krás Borges.

 

PROC. 1262/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 064/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Av. Vereador Pozzolo de Oliveira um logradouro irregular localizado no Núcleo Esperança 1 - DEMHAB, no Bairro Restinga.

 

PROC. 1878/97 - SUBSTITUTIVO Nº 01 ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 117/97, ambos de autoria do Ver. Carlos Garcia, que fixa a obrigatoriedade de semáforos nos estabelecimentos de ensino.

 

PROC. 2106/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 028/97, que autoriza a transferência, na forma de doação com encargo, de próprio municipal ao Departamento Municipal da Habitação, para fins de urbanização e implantação de loteamento popular.

 

PROC. 2173/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 029/97, que dá nova redação aos artigos 2º, 3º e 4º da Lei nº 7932, de 19 de dezembro de 1996, que autoriza a permuta de próprio municipal.

 

PROC. 2238/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 032/97, que declara de Utilidade Pública o Grande Oriente Estadual Sulriograndense - GOESUL.

 

PROC. 2311/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 134/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que denomina Rua Carlos Alberto Vilarinho da Silveira um logradouro irregular localizado no Bairro Rubem Berta.

 

PROC. 2339/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 033/97, que autoriza a permuta de área remanescente do próprio municipal nº 8 da Rua Damasco por área na Rua Damasco nº 12, atingida por passeio da Av. Érico Veríssimo, ao lindeiro, independentemente de licitação, e dá outras providências.

 

PROC. 2380/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 034/97, que desafeta do uso comum do povo passagens para pedestres e áreas verdes previstas no Loteamento Juca Batista e localizadas no Bairro Ipanema.

 

PROC. 1995/95 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 096/95, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que dispõe sobre a oficialização do Brique de Sábado, da Av. José Bonifácio, no Município de Porto Alegre e dá outras providências.

 

PROC. 1183/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 052/97, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Antonio Firmo de Oliveira Gonzales um logradouro irregular localizado no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

PROC. 2055/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 125/97, de autoria do Ver. Luiz Braz, que inclui parágrafos 3º e 4º no art. 1º da Lei 6091, de 14 de janeiro de 1988, que regula o serviço de transporte escolar no Município de Porto Alegre, e dá outras providências.

 

PROC. 2107/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 127/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que institui, no Município de Porto Alegre ,o Dia do Pastor e dá outras providências.

 

PROC. 2187/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 128/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Rua Alberto Moraes um logradouro público localizado no Bairro Belém Novo.

 

PROC. 2217/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 130/97, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que denomina Praça Mauri Meurer um logradouro público localizado no Bairro Jardim Itu-Sabará.

 

PROC. 2230/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 131/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que denomina Rua Firmino José da Silva um logradouro público no Bairro Ponta Grossa.

 

PROC. 2231/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 132/97, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que denomina Av. Oswaldo Rolla (Foguinho) um logradouro público localizado no Bairro Medianeira.

 

PROC. 2236/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 030/97, que declara de utilidade pública a Associação Instrução, Educação e Caridade.

 

PROC. 2237/97 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 031/97, que declara de utilidade pública o Instituto da Mama do Rio Grande do Sul.            

 

PROC. 2244/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 022/97, de autoria da Vera. Maria do Rosário, que concede o Prêmio de Artes Plásticas Iberê Camargo ao artista plástico Carlos Carrion de Britto Velho.

 

PROC. 2245/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 133/97, de autoria do Ver. Antonio Hohlfeldt, que denomina Rua Stella Brum um logradouro irregular, localizado na Estrada João de Oliveira Remião, no Bairro Lomba do Pinheiro.

 

2ª SESSÃO

 

PROC. 1945/97 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 014/97, de autoria do Ver. Clovis Ilgenfritz, que disciplina o Uso do Mobiliário Urbano e Veículos Publicitários no Município e dá outras providências.

 

Observações:         

-  cumprida a 1ª Sessão de Pauta em 25 de junho do corrente;

- retirado da Pauta nos termos do art. 106, inciso I, do  Regimento da CMPA;

- retomada de tramitação - 2ª Sessão de Pauta -  nos termos do art. 107 do Regimento da CMPA.

 

PROC. 3095/96 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 070/96,  que autoriza a desafetação do uso especial de imóvel do domínio público municipal, e sua alienação aos lindeiros, independente de licitação, e dá outras providências.

 

PROC. 1270/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 067/97, de autoria do Ver. Reginaldo Pujol, que dispõe sobre a obrigatoriedade dos estacionamentos particulares cobrarem 50% (cinqüenta por cento) do valor do estacionamento a deficientes físicos.

 

PROC. 2008/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 123/97, de autoria do Ver. Guilherme Barbosa, que acrescenta § 3º ao art. 1º e dá nova redação ao art. 2º da Lei nº 7594, que disciplina a venda de óleo lubrificante em estabelecimentos varejistas e de serviços.

 

PROC. 2009/97 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 124/97, de autoria do Ver. Carlos Garcia, que institui linha de serviço de lotação com terminal no Bairro Belém Velho.

 

5ª SESSÃO

 

PROC. 1947/97 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 021/97, de autoria do Ver. Eliseu Sabino, que altera a redação dos incisos I dos artigos 147 e 148 da Resolução nº 1178, de 16 de julho de 1992, com as alterações das Resoluções nºs 1232, de 25 de abril de 1994, e 1250, de 30 de agosto de 1994, acrescentando-se parágrafo único em ambos (Regimento da Câmara Municipal de Porto Alegre). (leitura de trecho da Bíblia no início das Sessões Ordinárias.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Adeli Sell,  para discutir a Pauta.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente, Sr. Secretário, Sras. e Srs. Vereadores,  está na Pauta do dia de hoje, em primeira Sessão,  um projeto de lei do Ver. José Valdir, que denomina Professor Paulo Freire o Centro Municipal de Educação do Trabalhador.  Em boa hora o professor, militante, batalhador da causa da educação desta  Cidade e deste Estado, nosso colega Ver. José Valdir, faz essa proposição. Só quero lastimar que, depois da morte do Prof. Paulo Freire, muitas vezes tem sido utilizado o seu nome, a sua proposta pedagógica para esconder uma certa sistematicidade, fragilidades de governos, para esconder omissões passadas de muitos dirigentes e, infelizmente, de alguns educadores. Agora, o Prof. José Valdir, que tem uma tradição junto com vários educadores desta Cidade e deste Estado na defesa da sua proposta pedagógica - uma proposta pedagógica universal, ousada -, apresenta o seu nome e, eu diria mais, o seu nome, a sua imagem, a sua história, a sua militância para denominar o Centro Municipal de Educação do Trabalhador.

Acreditamos que a denominação “Paulo Freire” para esse Centro é mais do que justa pelas coisas já mencionadas, mas também pelo trabalho que vem sendo desenvolvido nessa instituição, porque o Paulo Freire começou a sua atividade de educador vinculada a trabalhadores excluídos do Nordeste brasileiro e, com humildade, sempre aberto ao novo, ao difícil, conseguiu elaborar um método pedagógico de ensino-aprendizagem e, fundamentalmente, de alfabetização. Nesse sentido é muito importante  que façamos essa homenagem. Essa homenagem também se impõe nos dias de hoje principalmente porque estamos vendo o abandono da educação: nos discursos, é prioridade; na prática, há precariedade.

Precisamos superar esse momento de precariedades, de dificuldades da educação brasileira e de nosso Estado para que possamos reverter esse quadro dramático da situação da educação. Eu tenho feito visitas sistemáticas às escolas de  nossa Cidade, estaduais e municipais. Verifico que temos muitos problemas. Temos problemas com a falta de professores nas escolas estaduais e com a precariedade dos prédios. Ainda não foi resolvido o problema da Escola Estado do Rio Grande do Sul  e da Escola Balduíno Rambo. Não adianta, portanto, como fazem alguns, levantar o nome de Paulo Freire, porque isso é em vão. Mas, aqui, levantar um projeto de lei para esta instituição municipal é uma correção, pois ali está sendo feito um trabalho meritório. É evidente, também, que nas minhas visitas às escolas do Estado encontrei, sim, uma instituição - talvez desconhecida de muitos - no Centro de nossa Cidade, na Rua Vigário José Inácio, o Centro Interescolar Dom Vicente Scherer, onde se aplica ensinamentos pedagógicos de Paulo Freire. É uma instituição estadual que está em boas condições e tem um trabalho extremamente importante para a educação desse Estado. Agora, infelizmente, não é o caso de muitas outras instituições de nossa Cidade.

Meu caro Ver. José Valdir, mérito ao seu Projeto, porque ele se impõe, inclusive, pela atualidade do debate educacional de nossa Cidade e de nosso Estado. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Cláudio Sebenelo,  para discutir a Pauta.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, apenas para dizer ao Ver. Adeli Sell que eu gostaria que ele fosse mais explícito acerca dessa brilhante proposta do Ver. José Valdir homenageando uma figura que está acima de qualquer partido e de qualquer ideologia, mas, principalmente, pelo seu vulto, pela sua importância no País,  hoje reconhecida por 100% da nacionalidade. Muito antes de ele morrer já era reconhecido com tal, personalidade que não permite que, por interesses políticos,  surjam aquelas figuras abomináveis, os chamados “donos de cadáveres”.

Hoje eu queria comentar, na  Pauta,  o Projeto de Lei do Executivo nº 31/97, que declara de utilidade pública o Instituto da Mama do Rio Grande do Sul.  O Instituto da Mama do Rio Grande do Sul é, indiscutivelmente, um expoente na luta contra o câncer de mama, patologia que mais ataca as pessoas do sexo feminino em qualquer idade, principalmente pela sua localização, que faz com que, muitas vezes, passe despercebida. Esse tipo de doença causa grande morbidade e mortalidade junto às mulheres do mundo inteiro. O mérito deste Projeto está  associado à campanha “Auto-Estima em Alta: Saúde,  Corpo e Harmonia”, que está sendo divulgada hoje,  através de uma  iniciativa do Instituto da Mama, pelo jornal “Zero Hora”.  O Instituto da Mama do Rio Grande do Sul foi fundado e idealizado pela Dra. Maira Caleffi Scaletsky. O Instituto é uma entidade não-governamental,  que não visa ao lucro e  tem um magnífico trabalho voltado  à assistência da mulher gaúcha. Parece que o esforço da Dra. Maira Caleffi Scaletsky,  do seu conselho diretor e, principalmente, pelas dificuldades que hoje vive o Instituto...

Certamente, o mérito indiscutível do Projeto de Lei do Executivo  associa-se à importância do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul no momento em que é tão discutida a saúde da mulher e que há uma preocupação maior com a cidadania e com os direitos da mulher relacionados com a área da saúde, que foram tão descurados e que hoje passam a ter o merecido debate, o merecido apoio, não somente das instituições   não-governamentais, mas também das instituições governamentais que prestam uma assistência materna e materno-infantil da melhor qualidade no Rio Grande do Sul. Quero destacar o trabalho dos Hospitais Fêmina, Presidente Vargas e Conceição e do Instituto da Mama do Rio Grande do Sul como exemplo da iniciativa de organizações não-governamentais nesse tipo de assistência da maior importância. Fico muito feliz por pertencer àquele grupo de pessoas que não só fundaram o Instituto da Mama do Rio Grande do Sul, mas que ajudam, permanentemente, de uma forma ou outra, através da participação nessa iniciativa tão meritória.

 Peço a essa Casa que dê todo o apoio ao Instituto da Mama do Rio Grande do Sul, hoje uma entidade que nos orgulha pela fraternidade com que é abordado o assunto voltado à patologia da mama no Estado. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o Ver. Cyro Martini para discutir a Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, temos na Pauta diversas propostas que têm a ver com o trânsito porto-alegrense. Entretanto, como esse é um assunto, hoje, que entristece sobremodo não apenas aqueles que trabalharam no DETRAN, mas também a população gaúcha de modo geral, dada à balbúrdia, à incompetência e outros desvios - pelo menos me parece, a partir de certos depoimentos, que haveria irregularidades em todos os processos... Como isso nos entristece! Nós estamos no fim de semana e é bom deixar esse assunto para outra ocasião. Mas o povo do Rio Grande já sabe de que lado estão aqueles que merecem a sua reprimenda, a sua reprovação, a sua censura.

Outro fato também que já não nos chama tanto a atenção é o fato de o ilustre Ver. João Dib continuar nas suas propostas apenas no que diz respeito a nomes de logradouros, afora falar mal do Prefeito e da Administração Municipal. Eu também não quero falar sobre esse assunto, apenas quero registrar ...

 

O SR. PRESIDENTE (Paulo Brum): Vereador, por favor, atenha-se à Pauta.

 

O SR. CYRO MARTINI: Eu quero me debruçar sobre a Pauta, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, para trazer uma palavra de apoio em favor da proposta do Ver. Fernando Záchia sobre a figura de Oswaldo Rolla, o nosso Foguinho - nosso porque é do Rio Grande; nosso porque é o nome ímpar do desporto sul-rio-grandense, nome que despontou sobremodo entre nós. Por isso, essa homenagem proposta pelo Ver. Fernando Záchia é uma homenagem que nós todos devemos acompanhar e ainda entender que ela é pequena. Nós estamos diante de um nome que foi muito além do desporto, do “football association”.

Oswaldo Rolla começou como atleta, depois dedicou-se à arbitragem para, mais tarde, dedicar-se à condição de preparador e técnico de futebol. Ao cabo de sua tarefa profissional dentro do esporte, foi comentarista. Oswaldo Rolla é, sem dúvida, um nome que merece a nossa atenção enquanto aficionados do futebol. Também fico extremamente contente por saber que quem está pedindo a homenagem é um Vereador ligado ao Sport Club Internacional.

Então, não é uma homenagem de gremista para gremista; é uma homenagem dos colorados, entre os quais, este que lhes fala. Sem dúvida, merece também a nossa atenção Enio Vargas de Andrade, mas o nome maior dentre aqueles que se dedicaram ao futebol, para mim, é Oswaldo Rolla, e acredito que para todos os porto-alegrenses que conhecem o futebol de longa data.

A Educação Física do Rio Grande do Sul e a Educação Física nacional devem, e muito, a Oswaldo Rolla, que foi uma figura extraordinária como pessoa, como profissional e que merece toda nossa atenção, pois tudo que dissermos de Oswaldo Rolla será pequenininho diante do tamanho extraordinário e da grandeza de Oswaldo Rolla. Foi ele quem trouxe todo esse futebol que está sendo praticado no Brasil. Trouxe da Europa através do seu Sport Club Cruzeiro que, lastimavelmente, hoje, não tem nada mais a ver com aquele Sport Club Cruzeiro da Colina Melancólica dos dezesseis torcedores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a  palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, na Pauta, entre vários projetos, há um projeto de nossa autoria que denomina uma rua com o nome do Ver. Milton Pozzolo de Oliveira, que era Vereador quando o Ver. João Dib já era  um grande Vereador e fazia as mais diversas e qualificadas leis.

 

O Sr. João Dib: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Gostaria de fazer uma sugestão:  que o logradouro se denominasse Milton Pozzolo, porque como Pozzolo de Oliveira não era muito conhecido e sim como Milton Pozzolo.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Milton Pozzolo foi seu nome parlamentar e preciso verificar exatamente na lei, pois, se não tiver como Milton Pozzolo, precisamos alterá-lo. Teremos que fazer uma emenda, porque foi conhecido como Milton Pozzolo, nome de guerra deste Vereador.

Eu comentava,  há poucos momentos, que naturalmente nós, os Vereadores, temos que conhecer a história da Cidade de Porto Alegre. O Ver. Pozzolo de Oliveira, que faleceu há cerca de oito ou 10 anos, teve um final de vida muito duro, difícil, muito atormentado pelas suas doenças e dificuldades de toda ordem que enfrentou. Certamente,  hoje as pessoas não têm oportunidade de saber quem foi esse cidadão. Então, eu estava comentando com o Ver. Fernando Záchia que me foi exigido pela Procuradoria que eu fosse à Vila Restinga e trouxesse uma quantidade imensa de assinaturas dos moradores dessa rua para que o processo pudesse tramitar regularmente. A Procuradoria não fez nada mais do que nos pedir um complemento da lei, que me parece extremamente dura, que é até equivocada, representando um “capitis diminutio” na nossa capacidade legislativa. Afinal de contas, já estamos tão limitados nas nossas iniciativas parlamentares! Quase tudo é colocado como privativo do Executivo. Se dizia, até há bem pouco tempo, que a única coisa que o Vereador podia fazer eram homenagens e denominar nome de rua. Agora, nesse particular, também fica limitado com essa exigência de que tenho de fazer uma verdadeira consulta plebiscitária para denominar uma rua de Porto Alegre com um nome honrado, digno, decente, que tem a ver com a rua a qual terá o nome.

Ainda há poucos dias, uma empresa de Porto Alegre, mais precisamente a “Zero Hora”, na sua edição de 30 anos, fazia referência de que há 30 anos as primeiras casas de desfavelamento eram colocadas na Vila Restinga pelo Departamento Municipal de Habitação, que tinha a dirigi-lo exatamente o Sr. Milton Pozzolo de Oliveira. Então, é uma pessoa que, além de ter tido uma vida a serviço de Porto Alegre, tem a ver com a área onde estou prestando homenagem e identificando uma rua. Não fosse o clamor de que aqueles moradores são possuídos pela circunstância de há muito tempo estarem  aguardando uma denominação da rua para sair daquela história de rua A, B ou C e tivesse eu que explicar quem era o cidadão, provavelmente eu tivesse até dificuldade, porque a maioria das pessoas, naturalmente, passados 30 anos, não sabem quem é essa pessoa. Os pioneiros que foram morar lá na Restinga são raríssimos hoje, porque em 30 anos já está lá outra geração. Nesse tempo, inúmeras situações ocorrem e, naturalmente, desfiguram esse quadro.

Tenho absoluta certeza de que, na Câmara Municipal, este Projeto vai ter uma tramitação tranqüila, serena, porque aqui nós sabemos - sabem os Vereadores Pedro Américo Leal,  Dib, Lauro Hagemann, que foram colegas do Pozzolo - quem foi esse cidadão.  Esses Vereadores vão contribuir conosco para que se possa tributar essa homenagem, pequena, até, diante de uma pessoa que, por inúmeros anos, foi Vereador nesta Casa, que foi dirigente de autarquias no Município e no Estado e que sempre se houve com dignidade, com lisura e, sobretudo, com grande espírito público.

 Encerro, demonstrando confiança na solidariedade, na sensibilidade dos dignos pares desta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Renato Guimarães está com a palavra para discutir a Pauta.

 

O SR. RENATO GUIMARÃES: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, destaco na Pauta, hoje, o projeto que, no meu entendimento, tem grande importância para a Cidade e para esta Casa. Entendo, no pouco tempo de Casa, que, além das discussões de leis sobre o Plurianual, LDO, Orçamento Participativo, que são do interesse do funcionamento da Cidade, tramita na Casa um conjunto de projetos que são de alto interesse para a Cidade. Eu destacaria o projeto da EPATUR, que correu Pauta, está na Casa. Destacaria o projeto de autorização de um programa de alfabetização chamado MOVA.

Trago, hoje, o debate do Projeto do Ver. Clovis Ilgenfritz, que tenta disciplinar o uso da publicidade em Porto Alegre. Destaco esse Projeto porque acho que é de grande importância para os cidadãos da Cidade que haja uma fiscalização, uma regulamentação de como os espaços públicos e privados devam ser usados para a propaganda. Digo isso porque eu, pessoalmente, fico indignado, ao passar numa avenida de trânsito rápido e intenso, como a Av. Ipiranga e Av. Carlos Gomes, ao assistir e presenciar a colocação de grandes painéis eletrônicos que tiram toda a atenção dos motoristas. Nós hoje não temos como nos defender contra isso. Há necessidade de se fazer o debate para regulamentar essa utilização. Sabemos que o poder da propaganda, o poder da mídia é muito grande, mas esta Casa tem a responsabilidade de disciplinar esta matéria, e dou os parabéns ao Ver. Clovis Ilgenfritz, que tomou a iniciativa, e a partir daí podemos fazer o debate. E aí está mais uma função do Vereador, que é disciplinar matérias como esta, de regulamentar a colocação de painéis eletrônicos. Quem vai pela Av. João Pessoa, no sentido centro-bairro, vê um prédio que tem uma filmagem publicitária, que aparece e troca de imagem, no tamanho de todo o prédio, e não há motorista que passe ali de carro particular ou coletivo e não seja distraído na sua atenção por aquela propaganda, porque ela toma todo o prédio e, de forma instantânea, o motorista obriga-se a olhar para aquela propaganda, tirando a atenção do trânsito.

Está colocada para nós a grande responsabilidade de debater e aprovar este Projeto para disciplinar esta matéria. Nós não podemos continuar convivendo com o abuso da publicidade em Porto Alegre do jeito que está. Além de ser um risco, é um abuso, e os Vereadores de Porto Alegre darão a resposta através deste Projeto. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a Pauta. Com a palavra, o Ver. Antonio Hohlfeldt em tempo de Liderança pelo PSDB.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, especialmente os da Zona Norte, que conhecem a área sobre a qual vou falar.  Há três anos venho repetindo um Pedido de Providências para que a Secretaria Municipal dos Transportes implante mão única na Rua Cruz Jobim. É uma rua que faz um binário com a Otávio Freitas, a partir da Baltazar de Oliveira Garcia, no chamado triângulo da Assis Brasil. A Otávio Freitas tem mão dupla, mas a Secretaria Municipal dos Transportes, corretamente, impede que os ônibus que descem a Otávio Freitas em direção à Baltazar ingressem nela, porque ali seria obrigado  a ter uma sinaleira de três tempos, e ela foi retirada, implantada uma sinaleira de dois tempos e criado um binário com a Cruz Jobim. Até aí está perfeito, uma bela alternativa. Só que a Cruz Jobim tem uma faixa de seis metros de largura, permitido o estacionamento dos dois lados, com mão dupla, com passagem de ônibus nas duas mãos.

Hoje pela manhã, quando eu descia a Paul Harris e tomava o desvio da Bertrand Roussel para entrar direto na Cruz Jobim, atrás de mim vinha o ônibus Jardim Itu-Sabará e na minha frente subia o outro ônibus; avancei e parei o carro, porque queria ver que batida ia dar. Há anos venho antecipando que ali vai dar um acidente de proporções graves, por omissão absoluta do Secretário Municipal dos Transportes, Luis Carlos Bertotto, com quem já conversei, pessoalmente, para ter mão única.  Pois não deu a batida por um problema muito simples: o motorista que descia jogou o ônibus para a rua seguinte.  Em vez de entrar na Cruz Jobim, ele seguiu reto, porque o outro entrou de qualquer maneira e teria pego o ônibus pela metade.

O Ver. Renato Guimarães, outro dia, queixava-se que a oposição traz aqui as críticas e os Vereadores do PT encaminham. Pois, Vereador, eu vou  pedir a  V. Exa. que me ajude nesta questão. Pode ser que V. Exa. tenha mais sorte do que eu, que já conversei com o Secretário Bertotto, sem nenhum resultado, e hoje vi essa coisa que só se vê em colônia. É como quando se está andando por estradinha de terra - e o Ver. Lauro sabe bem do que eu falo porque vem dessa região, como eu -, aí algum veículo tem que sair da estrada para deixar o outro passar porque só passa um veículo. Hoje eu vi isso em plena Cidade de Porto Alegre, no Bairro Sabará, e isso ocorre por absoluta incompetência de uma Secretaria que tem que definir que a rua tem que ter mão única, colocar duas ou três placas indicando mão única e desviar a linha do ônibus. Aliás, é um absurdo o que o motorista do linha Jardim Itu-Sabará tem que fazer, porque ele faz mais volta do que minhoca. Ele entra pela Gomes de Freitas, desvia para a Cruz Jobim, sai para a Paul Harris. Ele  gasta combustível à toa, sem precisar, porque a diferença das distâncias das ruas não dá nem 100 metros. As pessoas, obviamente, podem andar a pé essa quadra de diferença evitando o que hoje quase foi concretizado: um acidente de graves proporções, porque os dois ônibus vinham razoavelmente cheios de passageiros. Ali já não tem como dois veículos particulares fazerem manobra, imagine-se um ônibus ou um caminhão e um veículo particular ou dois ônibus trafegarem ali, como eu vi hoje pela manhã!

 Infelizmente, vejo que o companheiro Adaucto não está aqui, nem o assessor do Vice-Prefeito Fortunati, mas eu gostaria que os companheiros do PT me ajudassem não porque é um Vereador de oposição que está trazendo essa discussão, mas porque coloca em risco minuto a minuto a segurança de pessoas que são motoristas de veículos particulares, motoristas de caminhões, motoristas de ônibus ou passageiros, e um dia vai acontecer algo grave e vamos lamentar. Infelizmente, o que estou vendo é que a SMT só está agindo depois de alguma morte, igual à que aconteceu em frente à Escola Leonardo Da Vinci, em frente à Escola Padre Cacique, e igual ao que tem acontecido em  mais duas ou três escolas. Depois que se atropela uma criança - e o Ver. Carlos Garcia, outro dia, fez esse mesmo registro -, aí vão lá, colocam sinalização e põem a coisa para regular o trânsito. Eu espero que não se espere morte ou acidente grave para, de uma vez por todas, implantar a mão única na Rua Cruz Jobim, na Zona Norte.  Muito obrigado.

 (Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra em tempo de Liderança.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu venho a esta tribuna para trazer uma preocupação com um ato da Administração Municipal que envolve o Departamento Municipal de Limpeza Urbana.

Os Senhores sabem que nós temos em Porto Alegre um serviço de coleta de detritos, que é através das caçambas estacionárias e que prestam um serviço excelente para a nossa Cidade, porque eliminam aqueles detritos que antigamente ficavam nas calçadas, só que não havia pagamento, não havia cobrança desses serviços. Agora, o DMLU quer cobrar 26 reais por caçamba para que sejam colocados os lixos nos aterros atrás do BIG. Então, os Senhores imaginem que hoje um recolhimento de lixo comercial, industrial, em que o custo da caçamba varia de preço entre 34 e 40 reais, para quem quiser contratar esse serviço agora passará a pagar, em média, 60 reais, ou seja, vamos onerar a população de Porto Alegre com um serviço que já é pago pela mesma população. Essas empresas que retiram os detritos e levam para os aterros de Porto Alegre vão ser oneradas. Cada caçamba terá que pagar 26 reais para a Prefeitura de Porto Alegre. Isso é uma prévia que vai ser implementada a partir de dezembro, que vai aumentar mais ainda. Então, Srs. Vereadores, imaginem: uma caçamba de lixo custará para o usuário meio salário mínimo! É um verdadeiro absurdo! A Prefeitura, que vai autorizar a empresa a transportar o lixo para o aterro, vai receber, praticamente, igual à empresa, que tem o custo dos empregados, o custo da retirada e colocação das caçambas, dos caminhões e tudo o mais. 

Então, eu não posso entender qual é a visão do Departamento Municipal de Limpeza Urbana em querer onerar a população no momento em que estamos procurando controlar a economia deste País, no momento em que a Prefeitura não tem dificuldades financeiras, onerar a população em quase 100% no recolhimento de lixo nas caçambas estacionárias de Porto Alegre.

Esta Casa regulamentou uma lei de nossa autoria. Quando nós chegamos aqui em 1993, as caçambas retiravam lixo sem nenhuma regulamentação; não existia nada regulamentado. A partir de um trabalho que nós fizemos, esta Casa consagrou uma legislação que regulamentou todo esse serviço de coleta de lixo através de caçambas estacionárias. Estabeleceu, inclusive, a colocação de tarjas reflexivas para que fossem visualizadas à noite. Agora, um serviço que está regulamentado para o Município, que é um serviço bom para a população de Porto Alegre, que eliminou a sujeira das ruas, os detritos jogados nas calçadas, simplesmente, agora a população vai receber uma oneração desnecessária.

Esse é um fato que me causa surpresa e a todas as empresas que trabalham nesta área - são mais de 30 empresas que operam em Porto Alegre recolhendo lixo, seja comercial, industrial ou residencial, prestando até serviços ao próprio DMLU. Quer dizer: é um serviço que essas empresas prestam ao Município de Porto Alegre, além de gerar empregos e tudo o mais. Mas onerar a população, passar um serviço de 30 e poucos reais para 60 e poucos reais é um verdadeiro absurdo.

Então, eu acho que o Prefeito de Porto Alegre tem que ver essa questão de perto, tem que cobrar do diretor do Departamento Municipal de Limpeza Urbana essa medida que é inadmissível. A população de Porto Alegre não pode pagar esse valor absurdo. Nós não podemos admitir que isso aconteça, Srs. Vereadores. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Srs. Vereadores, queremos comunicar um pedido de  licença médica do Ver. Eliseu Sabino, conforme atestado em anexo, por cinco dias a contar do dia 13.

 

(Obs.: Foi apregoado Requerimento de licença do Ver. Eliseu Sabino e dada posse ao Suplente, conforme consta da Ata.)

 

O Ver. Nereu D'Ávila está com a palavra em Comunicação de  Líder pelo PDT.

 

O SR. NEREU D'ÁVILA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, gostaria de me reportar ao fato político mais importante das últimas 24 horas, que foi o lançamento pelo Presidente Nacional do PDT, Leonel Brizola, da candidatura da Senadora Emília Fernandes ao Governo do Estado.

Ontem, no “Programa Lasier Martins”, à tarde, eu e o Rio Grande escutamos o lançamento da candidatura da Senadora. Sem dúvida, pelo ineditismo da situação, para nós, do PDT, é um fato auspicioso, primeiro porque é a primeira vez que haverá uma mulher concorrendo ao Governo do Rio Grande, Estado considerado machista. Esse é um fato muito importante.  Ela veio lá da fronteira, conseguiu se eleger Senadora e hoje já está o seu nome com tal densidade político-eleitoral, que consegue ver-se indicada pelo próprio Líder nacional do PDT.

Segundo, porque o  Sr. Leonel Brizola sentiu-se  humilhado diante da atitude descortês do PT no seu congresso em não só rejeitando uma proposta de viabilidade de aliança com seu companheiro de esquerda, o PDT, mas até aprovando - é verdade, com percentual pequeno - uma proposta da Deputada Luciana Genro, rejeitando a aliança. Tenho o maior carinho pelos Vereadores, Deputados e todos aqueles que, como o Ver. Corbellini, compõem no PT, a sua ala mais “light”, mas, sem dúvida, o fato político que o Sr. Leonel Brizola não havia entendido ainda - e nós aqui já havíamos entendido - é  que a hegemonia absoluta do PT encontra-se na ala radical. Veja-se a eleição para o Diretório Metropolitano, em que um Vereador lança-se pela ala e sem nenhuma maior expressividade, nenhuma maior densidade eleitoral, consegue uma vitória estrondosa porque a ala é  hegemônica e está lutando para ter hegemonia nacional.

Diante desse fato de ordem macropolítica - ou seja, a questão hegemônica, que nós respeitamos -, queremos registrar o carinho, a conduta com que o Sr. Leonel Brizola  vinha conduzindo a negociação e o próprio Sr. Sereno Chaise em levando, volta e meia, o Sr. Olívio Dutra e outros líderes à sede regional do PDT, encaminhando nas coordenadorias regionais uma possível aliança, às vezes até violentando posições de nossos companheiros do interior. E fomos rejeitados. Aliás, onde há fumaça há fogo. Havia já o Sr. Raul Pont, no início do seu mandato, deixado claro aos jornais  que o PT iria ter candidatura própria, não dizendo com todas as letras, mas anunciando que o desejo dele e de outras lideranças do grupo a que pertence era de não querer aliança com o PDT. O Leonel Brizola disse ontem à Rádio Gaúcha que não foi uma atitude isolada, embora tenham existido  esforços do Sr. Flávio Koutzii, do Sr. Rosseto, do Dr. Tarso, do Sr. Olívio, isoladamente, que gostariam de ver, pelo menos, a possibilidade do estudo da união no Rio Grande das esquerdas. Mas tudo independeu de pessoa física ou de pessoa com vontade na convenção. Houve uma decisão congressual, uma decisão de partido, e que depois criou-se um  fato político indiscutível e até de descortesia, porque nenhum líder do PT, formalmente, foi ao Sr. Leonel Brizola para explicar o que aconteceu. Diante disso, não havia outro caminho a não ser a candidatura própria, e o Sr. Leonel Brizola lançou-a ontem formalmente e foi considerado uma surpresa, já que a Senadora ainda nem adentrou aos quadros do PDT e já se viu lançada ao Governo do Estado. Debite-se isso aos desencontros que, eu diria, aqui, na Câmara, ocorreram, contra a nossa vontade e de alguns setores fortes do PT. Nós iríamos construir aquilo que o Sr. Brizola, o Sr. Sereno, e vamos ser absolutamente honestos, o Sr. Lula, o Sr. Olívio Dutra e o Sr. Tarso Genro, entre outras lideranças expressivas do PT, todos estes nomes citados queriam, que era a construção desta aliança. Lamentavelmente, os fatos políticos refogem a nossa vontade. Mas não podemos, também, tergiversar a respeito dos fatos políticos: são fatos e por nós devem ser considerados irreversíveis. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, esta questão que o caro Líder da Bancada do PDT, Ver. Nereu D'Ávila, levanta tem toda legitimidade de ser feita.

Em primeiro lugar, quero saudar, em nome da Bancada do Partido dos Trabalhadores, o ingresso da Senadora Emília Fernandes no Partido Democrático Trabalhista.  Entendo que é uma decisão importante e é um acréscimo fundamental para a luta democrática e popular em  nosso Estado. A Senadora Emília Fernandes, pelas razões que ela mesmo expôs, estava-se sentindo cada vez menos à vontade no partido que a elegeu, em função, especialmente, das questões de ordem nacional. Como pessoa vinculada ao campo democrático, popular, está, hoje, indo em direção a um partido que, mesmo com todas as diferenças e divergências que marcam a trajetória do PT e do PDT,  que têm a mesma tradição, é democrático e popular. Ao meu juízo e a juízo do Partido dos Trabalhadores, esses partidos estão, entre aspas, condenados a se unificar em prol da luta contra esta hegemonia política, oligárquica e conservadora que tem produzido uma das alianças de ferro em torno do Fernando Henrique e do Britto, aqui no Estado, para atacar e diminuir os direitos dos trabalhadores e dos setores pobres. No entanto,  o caro Ver. Nereu D'Ávila peca pela desinformação no que toca às questões internas do Partido. Primeiro que o Presidente do Partido dos Trabalhadores do Município de Porto Alegre, caro companheiro Guilherme Barbosa, Vereador por duas legislaturas nesta Casa, é eleito pelo conjunto dos filiados do Partido. Não é um ou outro cacique ou um grupo de filiados que delibera sobre a direção partidária. O companheiro Guilherme Barbosa foi eleito pela ampla maioria dos filiados em dia com a tesouraria, que em grande quantidade foram às urnas, e é o presidente de todo o Partido dos Trabalhadores da Cidade de Porto Alegre, mesmo daqueles que tinham outras candidaturas. Portanto, o companheiro Guilherme Barbosa é a melhor pessoa para nos representar no que toca às diretrizes e deliberações do Diretório Municipal de Porto  Alegre.

Segundo, o Ver. Nereu D'Ávila peca por uma outra desinformação, e eu gostaria de esclarecê-lo melhor fora da tribuna, com mais tempo, além de lhe dizer o seguinte: a cara Deputada Luciana Genro, que legitimamente tem feito uma militância contra a coligação com o PDT, pelas suas razões, assim como o ex-Governador  Leonel Brizola  também tem feito uma militância forte a favor da coligação com o PT, e eles têm toda a legitimidade de fazê-lo, no entanto,  a sua resolução não foi aprovada. A sua resolução teve um número de votos muito pouco expressivo em relação à maioria, que aprovou uma outra resolução.

Eu quero dizer,  nesses últimos minutos, o que todas  as principais lideranças do Partido dos Trabalhadores têm afirmado em alto e bom som: é fundamental uma aliança com o PDT, com o campo democrático popular. Quanto às diferenças que temos, e que não são poucas, e que não devemos passar uma borracha sobre elas, no entanto, os homens públicos e as mulheres públicas sérios, responsáveis, sabem colocar os interesses sociais acima das questiúnculas políticas que dividem partidos e agremiações, e hoje não temos dúvida de que a centralidade da luta do campo democrático popular, a centralidade da luta dos homens e das mulheres que querem  um País e um  Rio Grande melhor para todos e não apenas para as elites,  para as oligarquias, a vontade desses é a união das oposições, é o fortalecimento de uma ampla frente democrática popular para que finquemos uma forte estaca contra a política neoliberal no nosso Estado.

Não tenho nenhuma dúvida de que o Rio Grande precisa de uma frente democrática popular, e PT, PDT, PSB, PPS, PC do B não faltarão a esse interativo histórico, fundamental para o nosso povo, mesmo que setores legítimos desses partidos não o queiram, mas a grande maioria do povo vai nos obrigar e nos levar a isso e, assim, criarmos uma nova página na história do Rio Grande do Sul. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra em Comunicação de Líder.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, durante 29 anos e quatro meses, exatamente durante esse tempo, do dia 1º de setembro de 1956 até o dia 1º de janeiro de 1986, eu detive o poder nas mãos na Prefeitura Municipal. Desafio a todos que comigo conviveram, a todos aqueles que me conhecem e conheceram, a dizerem que alguma vez eu tenha levantado a voz para um subordinado meu, que alguma vez, por um gesto, por uma palavra eu tenha agredido um subordinado meu. Já não poderia fazer o mesmo desafio em relação a secretários, em relação a próprios prefeitos, com quem algumas vezes tive alguns atritos e, às vezes, duros, mas com os subordinados, nunca.

Eu fui procurado pelo Sr. Édson Gomes Lescano, que foi agredido verbalmente pelo Sr. Presidente da Companhia Carris Porto-Alegrense, Dr. Túlio Luís Zanin, que usou daquela expressão que usamos quando nós queremos ofender a família de alguém. Este fato foi registrado na 15ª Delegacia de Polícia. E o Sr. Édson, que tem  10 anos de Carris, sem repreensões, sem nenhuma queixa contra ele, foi demitido sob  a  alegação de que ele teria estragado uma máquina de lavar os ônibus.

Estou encaminhando um requerimento à Comissão de Direitos Humanos para que examine essa questão. Não estou prejulgando. Agora me trouxeram informações de que é comum ocorrer isso, de agressão verbal, até para que haja demissão por justa causa. Também não estou afirmando - ouvi. Quando eu sei, eu afirmo. Quando eu ouço, eu digo que ouvi.

 Então, eu gostaria que esse fato fosse amplamente analisado na Comissão de Direitos Humanos para que, se for verdade - eu sei que não é orientação da Administração do Partido dos Trabalhadores -,  que o Diretor da Carris seja alertado, porque todos somos servidores da Cidade, quer sejamos Prefeito, Secretários do Município, Vereadores ou simples varredores das ruas da Cidade. Saúde e paz. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

A SRA. MARIA DO ROSÁRIO (Esclarecimento): Quero registrar que vamos tomar pronunciamento do Ver. João Dib feito da  tribuna como a iniciativa necessária para que a Comissão tome providências; que outras solicitações de Vereadores feitas à Comissão estão sendo todas elas encaminhadas e à disposição dos Srs. Vereadores para o acompanhamento junto a esta Presidência e aos demais membros da Comissão; e que, de pronto, dispensamos a necessidade de qualquer outro requerimento do Ver. João Dib na medida em que podemos colher, com a sua autorização, as notas taquigráficas e estabelecer um  procedimento.          

 

O SR. PRESIDENTE:  Havendo quórum, passamos à

                     

ORDEM DO DIA

 

A SRA. ANAMARIA NEGRONI (Requerimento): Sr. Presidente,  solicito que o Proc. nº 0794/97 – PLL 27/97 seja apreciado em último lugar na Ordem do Dia de hoje.

 

O SR. PRESIDENTE:  Em votação o Requerimento da Vera. Anamaria Negroni. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO NOMINAL

 

PROC. 2481/96 - VETO TOTAL ao PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 153/96, de autoria do Ver. Paulo Brum, que institui, no Município de Porto Alegre, os JOMEEX - Jogos Metropolitanos de Estudantes Excepcionais e dá outras providências.

 

Parecer                   

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela manutenção do Veto Total.

 

Observações:

- para aprovação, maioria absoluta de votos favoráveis dos membros da CMPA - Art. 77, § 4º, da LOM;

- votação nominal nos termos do Art. 174, II, do Regimento da CMPA.        

              

O SR. PRESIDENTE: Em discussão o PLL 153/96. O Ver. Cláudio Sebenelo está com a palavra para discutir.

 

O SR. CLÁUDIO SEBENELO:  Sr. Presidente e Srs. Vereadores, muitas vezes, um processo como este, onde não se tem nenhuma dúvida quanto ao mérito, nenhuma dúvida sobre o seu valor social ou do resgate de um preconceito social tão arraigado como um tabu na nossa sociedade,  suplanta qualquer óbice legal.

 O Veto do Prefeito diz: “Tendo em vista tratar-se da oficialização dos jogos metropolitanos dos estudantes excepcionais,  o mesmo padece de inconstitucionalidade e inorganicidade”. Isso quer dizer que seria uma interferência do Poder Legislativo no Poder Executivo. Traduzindo para o português, para o tecnolês da inorganicidade,  da incompatibilidade e da inconstitucionalidade: por invadir direitos de outro poder.

 O parecer do ilustre Ver. Juarez Pinheiro diz que fere o princípio da independência e harmonia entre os Poderes, escrito no art. 2º da Carta Federal, constituído em cláusula pétrea e recebido pelo art. 2º da Lei Orgânica do Município. Caso exista essa inconstitucionalidade, é hora de o Prefeito tomar a iniciativa e mandar como se fosse do Executivo esse Projeto feliz e competente do Ver. Paulo Brum. Por isso, não só voto  contra o Veto e a favor do Projeto, como acho que é inconcebível que -  contra essa atitude do Poder Legislativo, através do Ver. Paulo Brum, de buscar o resgate dessa dívida imensa que a sociedade tem com os nossos excepcionais - se alegue qualquer dispositivo constitucional para não executar isso. Se houver esse dispositivo legal, que se supere essa situação com bom senso, diálogo, iniciativas mútuas, sem melindrar ninguém, no sentido de que não se faça um jogo político que, muitas vezes, chega à beira da sordidez, para que não sejam prejudicados os interesses dos excepcionais.

Foi com profundo pesar que recebi a notícia do Veto total do Sr. Prefeito de Porto Alegre aos jogos dos excepcionais. Não se alegue qualquer coisa legal, pois o interesse é da Cidade e do resgate que esta Cidade tem que fazer aos seus excepcionais, tão esquecidos. Neste momento de confraternização, de fraternidade com os nossos excepcionais, a alegação é de ordem legal, que nada tem a ver com esta brilhante proposta de conteúdo profundamente social do Ver. Paulo Brum, a qual vamos trabalhar para a votação contrária ao Veto, já que tantas outras medidas aqui, que tinham impedimento legal, foram aprovadas.

Pela rejeição do Veto e a favor do Projeto do Ver. Paulo Brum. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para discutir o PLL 153/96.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, a votação desse Veto nos permite fazer algumas colocações, porque efetivamente nós estamos muito temerosos de que se instale, aqui nesta Casa, um regime de mutilação e de autolimitação da ação legislativa dos integrantes desta Casa. Os fundamentos do Sr. Prefeito Municipal para vetar totalmente o Projeto de Lei do Ver. Paulo Brum são indícios de que essa capitulação do Legislativo está-se transformando quase que numa regra e não mais numa exceção. Sob a guarida do art. 94, o Executivo veta tudo o que lhe desagrada. E o que é gozado é que faz um discurso dizendo que as propostas são lindas, divinas, maravilhosas, meritórias e depois diz que é inconstitucional. Eu tenho sustentado no órgão técnico da Casa, que é a Comissão de Constituição e Justiça - fiz um parecer que foi gloriosamente derrotado por cinco votos a dois -,  que esse problema da iniciativa não pode ser radicalmente interpretado num parlamento que não queira se limitar, Ver. Pedro Américo.

Se o arbítrio legislativo é complexo, se ele necessariamente tem que envolver a vontade política de um dos segmentos da Administração, que é o Município, e a adesão do outro órgão; se a lei só se realiza com a vontade do Legislativo e com a vontade do Executivo, o problema da iniciativa passa a ser um problema que deve ser olhado  na sua devida dimensão. Então, se o processo é iniciado ou não no Legislativo, passa a ser irrelevante na medida em que, mesmo que iniciado fosse pelo Executivo e não tivesse ocorrido a manifestação de vontade do Legislativo, jamais ele se realizaria.

A Casa, aqui, entendeu, na sua grande maioria, e acho até por unanimidade,  a iniciativa do Ver. Paulo Brum de fazer com que o Município oficializasse, nos limites do seu território, os Jogos Metropolitanos de Estudantes  Excepcionais. É risível que um Prefeito da Cidade, dispondo dessa autorização dada pela vontade política da Casa de oficializar e de instituir esses Jogos Metropolitanos de Estudantes Excepcionais, faça esse esforço de buscar um tratado constitucionalista para dizer que a vontade política da Câmara conflita com a Constituição Federal. Conflita com a Constituição  Federal o Ver. Paulo Brum, acompanhado de seus pares, querer instituir em Porto Alegre os Jogos Metropolitanos de Estudantes Excepcionais! Isso é um exagero, isso é uma demasia. Estamos enveredando para um caminho muito perigoso. E se o Sr. Prefeito, num zelo excessivo da sua prerrogativa, alega para sua defesa, alega para justificar seu veto esses fundamentos jurídicos tão formalísticos, nós, que compomos esta Casa, não podemos abrir mão da nossa capacidade, senão não vamos mais ter o que fazer nesta Casa. Se nem instituirmos os Jogos Metropolitanos dos Excepcionais é possível ser feito através de uma iniciativa de um Vereador que todos de Porto Alegre sabem que representa os excepcionais aqui nesta Casa, se nem isso nós podemos fazer, o que faremos nesta Casa?

Então, quero concitar os companheiros Vereadores, pois há fundamentos legais para que se inverta essa situação. Nada determina que estejamos sendo tão rigorosos na aplicação dessas normas constitucionais num assunto simples como esse. Concito a todos para que, juntos, derrubemos esse Veto, porque o próprio Prefeito desta Cidade, que é o autor do Veto, reconhece que é meritória a proposição. Ora, se é meritória,  não vamos sair fora de um pequeno vício formal que, de modo algum, irá comprometer. Em que a autoridade do Prefeito Municipal, de organizar o Município,  fica atingida porque o Legislativo atendeu a um apelo de um Vereador e resolveu fazer uma lei incitando os Jogos Metropolitanos dos Estudantes Excepcionais? Onde é que está a diminuição da autoridade do Chefe do Poder Executivo, Ver. Isaac Ainhorn?

Nós estamos num exagero e, como liberal, como parlamentar municipal, tenho que vir à tribuna e protestar, Sr. Presidente, e V. Exa. tinha que me dar todo o tempo do mundo para fazê-lo em defesa de uma prerrogativa que não é só do Ver. Paulo Brum, nem só do Ver. Reginaldo Pujol, é de todos nós. Nós não podemos ser castrados, não podemos ser eunucos parlamentares. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para discutir.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, meu caro Ver. Paulo Brum, sou obrigado a defender a sensibilidade do Prefeito Municipal e da sua assessoria jurídica. E a defesa se faz pela forma de apresentação do Veto. Como eles não tinham muito o que dizer, como não sentiam autoridade para dizer, mas tinham que demonstrar alguma coisa, usaram o maior tipo que havia na máquina e o maior espaço entre as linhas. Então, escreveram quatro páginas e disseram, na verdade, que os jogos seriam muito bem-vindos no meio da população. Quarenta linhas escritas em quatro páginas! Eu nunca tinha visto isso, só explicado pela sensibilidade do Prefeito, que deve ter pensado: “Puxa, eu vou vetar um projeto que não há sentido em vetar, não está criando muita despesa para a Prefeitura, está trazendo uma coisa que não existia, está possibilitando buscar recursos, que virão certamente, e eu tenho que vetar, porque sou autoritário”. Então, chamou o ordenança e disse: “Enche papel com espaço e letra grandes”.

Por isso, Ver. Paulo Brum, apoiando a sensibilidade do Prefeito e dos seus assessores, eu voto contrariamente ao Veto. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Carlos Garcia, com a palavra para discutir.

 

O SR. CARLOS GARCIA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, primeiramente, nós temos que entender o Veto. O Prefeito foi coerente, porque esse Projeto não deveria ter saído da iniciativa do Ver. Paulo Brum e sim da do Executivo, mas, ao mesmo tempo - e é exatamente isso, Ver. Paulo Brum, que eu gostaria de manifestar -, esses jogos já existem há 25 anos em Porto Alegre. Na realidade é só oficializar algo que já acontece, anualmente, em nossa Cidade.

Tenho a plena convicção, até certeza, de que hoje, aqui, os próprios Vereadores da Frente Popular também vão derrubar esse Veto,  porque o Prefeito vai ser coerente em função do vício de origem do Projeto. Mas, ao mesmo tempo, por ser altamente meritório e já existir, tenho certeza de que ele vai ser mantido por unanimidade, por todos os Vereadores, que vão ser favoráveis à manutenção do Projeto, rejeitando o Veto.

Portanto, Ver. Paulo Brum, mais uma vez parabenizo V. Exa. e tenho certeza de que o Projeto será mantido, porque esta vai ser a coerência da Casa.  Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  Com a palavra, o Ver. Décio Schauren para discutir o PLL 153/96.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN:  Sr. Presidente, Sras. e Srs. Vereadores, inscrevi-me para discutir o Veto do Executivo Municipal. Quero dizer que dentro da minha Bancada tenho divergência sobre a questão do que é ou não iniciativa do Executivo, inclusive com relação a projetos autorizativos. A Bancada liberou os Vereadores para o voto com relação a este Veto do Executivo. Quero dizer, em primeiro lugar, que o próprio Executivo reconhece o mérito deste Projeto, mas decidiu vetá-lo porque considera ser de sua iniciativa.

Temos que discutir o que é iniciativa do Executivo, exatamente, e o que não é. A rigor, se produzir despesa, se isto é só da iniciativa do Executivo, realmente, podemos dizer, até, que a denominação de um logradouro vai produzir despesa, se considerarmos que o Executivo deveria colocar placa. Existem projetos que são, flagrantemente, de iniciativa do Executivo, mas há uma série de outros projetos que colocaria numa área cinza, que não é tão claro assim.

Entendo que esses projetos que estão na área cinza... Por exemplo, o projeto de minha autoria, que foi aprovado aqui, que cria a reserva de cargos para portadores de deficiência nos concursos do Município, estaria nessa área, porque, a rigor, para que o Município estabeleça as condições de igualdade dos portadores de deficiência com os outros candidatos, ele vai ter alguma despesa. O outro projeto que foi aprovado, e acho que é idêntico ao projeto que o Ver. Paulo Brum coloca aqui e que está em discussão agora, é um projeto que oficializou o Festival Internacional de Coros como evento oficial do Município.

Acho que o Ver. Paulo Brum propôs nesse Projeto - e espero que vá ser lei, pois já está aprovado pela Câmara - oficializar algo que já estava acontecendo há 25 anos no Município de Porto Alegre. Entendo que tem todos os méritos, principalmente se considerarmos que a questão dos portadores de deficiência é uma questão que ainda tem muito preconceito da sociedade. O Executivo reconhece o mérito do Projeto, mas eu entendo que o Executivo deve ir mais adiante do que reconhecer o mérito. O Executivo deve oficializar, sim, e a Secretaria de Esportes deve apoiar esse projeto dos jogos, e  escolas especiais do Município devem participar. O Município deve usar o seu poder e seu prestígio; inclusive, pode buscar recursos nas empresas para esse evento.

O meu voto vai ser pela derrubada do Veto do Executivo, apoiando o Projeto. Assim como o Executivo reconhece o mérito, ele deve ir mais adiante; deve, sim, oficializar e participar, efetivamente, dos jogos dos JOMEEX. Quero até lembrar algo que o próprio Executivo colocou no seu Parecer, quando fez o Veto, em algum momento, na página 3, do Parecer do Executivo, que diz assim: “Além disso, nesse caso, seria cabível um projeto de lei autorizativo, ficando a cargo da Administração Pública a sua implementação”. Quero dizer, também, que, com isso, o próprio Executivo acaba reconhecendo o instituto do projeto de lei autorizativo.

A Bancada está liberada na votação desse Veto, mas o meu voto vai ser favorável à derrubada do Veto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir.

 

O SR. ADELI SELL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, é impossível aos normais aprender os dilemas que se colocam, diuturnamente, aos nossos irmãos portadores de deficiência. Imagine você que atravesse a rua desabaladamente para tomar um táxi, ou um ônibus, fazendo o mesmo trajeto numa cadeira de rodas. Imagine você, agora, saltando para dentro de um ônibus lépido e faceiro estando numa cadeira de rodas. Não, você deve  ter sentido um calafrio, mas o seu temor não alcançará jamais a dimensão de estar numa cadeira de rodas.  Nós vemos a natureza, o pôr-do-sol do Guaíba, as belezas dos nossos morros, o encanto do Mercado Público, as obras de arte em exposição no “hall” desta Casa, mas nada enxergamos com a escuridão da cegueira. Nós, que fomos ao Gigantinho ouvir Bob Dylan, que em casa nos jogamos no sofá para curtir um pagodinho, não conseguimos dimensionar em nossas cabeças os sons do silêncio. Nós, que somos parlamentares, nem sonhamos em nos faltar a voz, a arma do nosso dia-a-dia. No mundo há pouco lugar para o diferente, mas sobra espaço ao preconceito, à má-vontade, ao desdém, mas nós buscamos a construção da cidadania, reivindicamos, falamos e fazemos leis. É o que estamos fazendo aqui, agora.

Como já disse o Ver. Décio Schauren, da Bancada do PT, a nossa Bancada votará segundo a sua opinião pessoal, já que se trata de uma discussão que não tem nenhum elemento de disputa ideológica ou de um elemento maior, de disputa política. Discutem-se os jogos metropolitanos de excepcionais em nossa Cidade. Já é um evento que acontece há muitos anos, já há uma interação das APAEs com a Prefeitura, e nada mais justo do que nós fazermos que eles se tornem jogos oficiais de nossa Cidade. Que o nosso Poder Público participe mais efetivamente desse evento e, mais do que mérito para isso, aprová-lo e derrubar o Veto do Sr. Prefeito, nós queremos dizer que o nosso voto também é um reforço ao trabalho incansável do nosso caro Ver. Paulo Brum, à sua batalha junto com outros Vereadores, de outras cidades, como é o caso do Ver. Ari Heck, da Bancada do PT, de Ijuí, que tem legislado neste mesmo sentido, tem feito os mesmos esforços que V. Exa. faz aqui, na Capital, para que se garanta a cidadania aos portadores de deficiência. Por isso, o nosso voto, nosso apoio e nosso louvor. Obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Juarez Pinheiro está com a palavra para discutir.

 

O SR. JUAREZ PINHEIRO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu sou, na verdade, o autor do Parecer da Comissão de Justiça, que, sob a luz da Lei Orgânica do Município e sob a luz das Constituições Federal e Estadual, indiquei um parecer contrário ao Projeto e favorável à acolhida do Veto.

Mas quero chamar à colação o Ver. Pedro Américo Leal quando era Deputado Estadual numa saudosa bancada, afora as questões ideológicas, que reunia Deputados como ele, como Jarbas Lima, como Ruy Carlos Ostermann, como Paulo Bisol, pelos idos de 83 ou 84, quando íamos, naquela oportunidade, dar  nome à atual Casa de Cultura Mário Quintana e, abrindo uma exceção na lei, num trabalho que participei, com muita honra, nós abrimos e fechamos uma exceção na lei e demos um nome a um equipamento público, o nome de uma pessoa viva, o que era inviabilizado pela lei: Mário Quintana. Aquele equipamento cultural, enquanto vivia o nosso grande poeta, recebeu o seu nome numa decisão das mais interessantes e singulares da Assembléia Legislativa na sua história. Era o reconhecimento ao grande poeta de Alegrete que adotara Porto Alegre como a cidade para viver.

Eu me deparo com esse Projeto do nobre Vereador que agora preside os trabalhos e passo a avaliá-lo pela mesma ótica. E faço também uma homenagem, votando contra aquilo que eu fiz na Comissão de Constituição e Justiça. O Ver. Paulo Brum tem se distinguido, nesta Casa, como membro da Mesa Diretora, com as deficiências físicas que possui, como alguém que cumpre sempre os seus horários, como alguém que participa de todas reuniões que a sua tarefa o obriga. O Ver. Paulo Brum não fica distante daqueles a quem ele representa. Está lá nos movimentos, nos fins-de-semana ou nas horas que esta Câmara lhe permite. O Ver. Paulo Brum tem trabalhado de uma forma impressionante, legislando em prol daqueles a quem ele representa aqui, nesta Casa.

Eu quero dizer que votei, na semana passada, mostrando a minha coerência, um projeto de lei que eu apresentei na Comissão de Constituição e Justiça - votei contra o meu projeto que tratava da distribuição de panfletos. Agora, é preciso não confundir as coisas. O nosso trabalho na Comissão de Constituição e Justiça é um trabalho técnico. Nós temos que exarar as nossas posições com base na Constituição do Estado, na Constituição Federal e na Lei Orgânica do Município. Eu o fiz e quero dizer que, com a maior tranqüilidade, quero dizer que é, para mim, de clareza solar que o Projeto é inconstitucional, que é inorgânico, ele dispõe sobre estrutura e funcionamento dos órgãos do Poder Executivo.

Mas eu - que há mais de 10 anos elaborei esse trabalho que referi no início do meu pronunciamento, e tenho tido coerência nos meus votos votando, inclusive, contra os meus projetos na Comissão de Constituição e Justiça - quero dizer que, nesse caso, passado um decênio, deixo de lado a legalidade e voto pelo Projeto, sendo eu o autor de um parecer que, tecnicamente, digo que é correto, constitucional e legal. Pela derrubada do Veto. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

              

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Pedro Américo Leal está com a palavra para discutir.

 

O SR. PEDRO AMÉRICO LEAL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, entramos numa área de nebulosidade. Até agora as casas legislativas e os bacharéis que as abrilhantam não chegaram a uma conclusão: o que é um projeto autorizativo? E vamos ficar patinando durante anos sobre o que é alertar o Executivo de alguma coisa que ele pode fazer. Qual é o pecado que existe nisso? Qual é o erro legislativo que existe nisso, se os Poderes, apesar de serem autônomos, devem, na verdade, coordenar-se e, como diz o ilustre jurista Paulo Brossard, eles devem se harmonizar? E qual é a heresia legislativa e política que pode existir em um vereador, um deputado, um senador sugerir ao Executivo que faça alguma coisa para o seu próprio abrilhantamento? Até agora não consigo entender por que não regulamentaram isso, por que não existe um elenco de projetos. E até daria o ensejo de o Executivo não cumprir, receber a sugestão e simplesmente avisar a Casa de que é grato pela idéia, mas que, de acordo com economia, com finanças, com o modo de ver do Prefeito, do Presidente da República  ou do Governador do Estado, não serve aquela idéia. Só isso, nada mais. Porque eu não consigo entender esse desajuste entre as casas legislativas e o Executivo. Claro que me lembro de que, na verdade, era esse grupo de parlamentares, e eu estava no meio, que se rendeu às razões apresentadas naquele momento, em 83, 82,  que sugeria e que fazia todo o empenho em colocar uma pessoa viva como patrono de tudo aquilo. E qual foi o mal que veio daí? Respondam-me! Mário Quintana nunca conseguiu entrar na ABL. E para todo o Estado é motivo de incompreensão. E repito o caso de Catulo da Paixão Cearense, que teve muita dificuldade também em entrar e dizia que, se fosse para pedir votos, ele também não pediria. E aquele sertanejo famoso, grandioso, que honra a poesia nacional, também não se dobrava às exigências acadêmicas daquela grande agremiação e disse aquela grande frase: “Sem o ideal da poesia, como é triste envelhecer!” Com essa frase, ele praticamente submetia à Academia a real façanha de rejeitar o seu nome - o grande Catulo da Paixão Cearense!

Eu fiz essa derivação ao sabor da  poesia de Catulo para dizer a todos que Paulo Brum auxiliou o Executivo, trabalhou para o Executivo, sugeriu ao Executivo que fizesse um grande evento. E qual é o pecado legislativo que teve o Ver. Paulo Brum? Nenhum. Ele teve trabalho, se deitou sobre os papéis para elaborar um projeto, fez aquilo com idealismo e sugeriu. Na verdade, ele entregou ao Prefeito uma possibilidade de, com esse evento, trazer a Porto Alegre uma grande efeméride. O Prefeito não aceitou. E essa história dos projetos autorizativos? Senhores bacharéis, que povoam as casas legislativas, regulamentem isso! Saia de Porto Alegre, pelo menos. O projeto autorizativo é uma grande realização, uma grande possibilidade que têm os legisladores, além do trabalho que fazem, de sugerir ao Prefeito, ao Governador, ao Presidente da República uma possibilidade de eles criarem alguma coisa. Eu sou suspeito, porque quase todos os projetos que eu apresento aqui são autorizativos e todos eles confirmados pelo Prefeito. O ilustre Prefeito Tarso Genro, que teve a coragem de colocar a Companhia da Brigada Militar no Centro da Cidade, fazendo monumento ao soldado e ao policial tombado no cumprimento do dever e o Grupamento do Corpo de Bombeiros, que custou ao Estado mais de 450 mil reais! E o que foi isso? Um trabalho em equipe, um trabalho das duas Casas, o Paço da Prefeitura com a Câmara Municipal.

Eu não vejo por que se rejeitar isso. E vejo como uma incongruência, uma perda de tempo nós ficarmos discutindo projeto autorizativo que, na verdade, é uma realidade.  Senhores bacharéis, regulamentem isto nos regimentos internos, incluam no elenco dos projetos autorizativos. Não volta à Câmara, absolutamente, o Veto; o Prefeito recebe e informa à Casa que rejeitou ou aprovou. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para discutir o PLL 153/96.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Paulo Brum tem tido o mérito nesta Casa de chamar a atenção da sociedade porto-alegrense aos problemas que enfrentam os deficientes físicos na nossa sociedade.

Os deficientes físicos têm sido permanentemente colocados à margem da nossa sociedade. É uma cidade difícil de transitar, é uma cidade difícil de andar, que não presta a assistência devida aos deficientes. Porto Alegre é assim, Ver. Adeli Sell.  Para V. Exa. ter uma idéia, eu tenho visto o pessoal pedir para fazer rebaixamento de meio- fio. Na esquina da Rua Barbedo com a Praia de Belas, tem uma casa de geriatria das mais tradicionais da Cidade de Porto Alegre e os idosos que lá estão internados e que usam cadeira de rodas não têm o direito de freqüentar a praça da frente e nem o Parque Marinha do Brasil porque até hoje o Governo Municipal não rebaixou o meio-fio. Isso é uma atitude simples: basta pegar um funcionário da Secretaria de Obras para fazê-lo. Nós chamamos a atenção para isso desde 93, e quando os Srs. Vereadores passarem por ali vejam que os idosos estão ali, nas cadeiras de rodas, sendo empurrados nas calçadas,  com vontade de atravessar a rua para irem ao Parque, mas não conseguem fazer isso.

Com a vinda do Ver. Paulo Brum para esta Casa, começou a haver uma mobilização, porque é um deficiente físico que tem uma ação forte, positiva perante a sociedade e que tem mostrado as dificuldades dos deficientes. Vejam o nosso Plenário - o Vereador não podia sequer chegar até a mesa. Precisou assumir um cargo na Mesa para que se fizesse uma rampa  para que ele pudesse  ter  acesso à  mesa. Não tinha nem o direito de chegar à mesa, como não tinha direito a subir através de um elevador, porque não havia elevador na Casa. Outras providências tivemos que tomar, pois, se chegasse um deficiente físico aqui na Casa, ele não poderia adentrar- só para se ter uma idéia da realidade, e isso que aqui é uma casa legislativa.

O Ver. Paulo Brum tem tido o mérito de fazer projetos autorizativos inteligentes, projetos de toda ordem chamando a atenção da sociedade, da municipalidade sobre a responsabilidade que tem. Esses jogos dos excepcionais que a APAE  comanda são uma realidade. Há 25 anos que acontecem e o Ver. Paulo Brum  proporcionou ao Município e tem proporcionado, com a sua presença,  ações enérgicas na defesa dos deficientes no sentido de que o Município tem que olhar para essa grande parcela da população que precisa ser respeitada. E aqui tem a oportunidade para o Município de oficializar os jogos dos excepcionais - pois, aí, vai o Prefeito e veta. É uma coisa que nunca pude imaginar na minha vida! Qual é o sentido desse Veto?

O projeto autorizativo, Ver. Pedro Américo Leal, está regulamentado. A nossa Comissão de Justiça da Casa tem uma visão totalmente equivocada, errada. O Sen. Pedro Simon fez o projeto autorizativo para criar o Banco do Mercosul, projeto autorizativo do Senado. Já existe o entendimento, está consignado. É um direito que o Poder Legislativo tem de fazer um projeto autorizativo, só que existe uma visão errada. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Lauro Hagemann para discutir o PLL 153/96.

 

O SR. LAURO HAGEMANN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não é a primeira vez que os membros da Frente Popular nesta Casa são colocados numa situação delicada por equívocos do Executivo. Esse caso é mais um daqueles que a gente tem que manobrar para que o Executivo não seja colocado em uma posição encabulada perante esta Casa para rejeitar uma coisa óbvia. No caso presente, não se trata de projeto autorizativo. É um projeto que manda reconhecer no Município os jogos dos estudantes excepcionais. Não há por que, não há explicação para o Veto Executivo. Esta é que é a verdade. Há algum tempo, eu produzi um projeto aqui que também foi vetado pelo Executivo e que era de uma obviedade ululante. Mandava adotar nas escolas municipais os equipamentos para estudantes excepcionais, principalmente os sinistros, os canhotos, que não dispunham de cadeiras adequadas para trabalhar nas suas classes. E o Executivo vetou. E esta Casa rejeitou o veto por unanimidade. É o caso de hoje.

E estamos diante de um fato concreto: não sei se os Srs. Vereadores sabem, mas o último censo do IBGE vai poder dar uma luz mais clara sobre esse aspecto, mas segundo a FADERGS existem, no Município de Porto Alegre, quase 40 mil cidadãos excepcionais. É um número impressionante. Quase 40 mil excepcionais no Município de Porto Alegre! Claro que existem razões para que este número seja tão avultado: muitos excepcionais do Interior do Estado vêm buscar socorro em Porto Alegre, a vida cotidiana está aumentando o número de acidentados que se tornam excepcionais, e por aí afora. Então, é preciso que se incorpore esse contingente enorme de cidadãos deficientes por várias razões à cidadania. E uns singelos jogos municipais oficializados não vão produzir nenhum abalo ao Poder Municipal; pelo contrário, vão dignificar a existência desses cidadãos no Município em que vivemos.

Por isso, Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o Ver. Paulo Brum pode ficar tranqüilo que vai ter o apoio da Casa na rejeição ao Veto, tão mal colocado para esta Casa. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação o PLL 153/96. O Ver. Paulo Brum está com a palavra para encaminhar,  pela Bancada do PTB.

 

O SR. PAULO BRUM: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu encaminhamento é muito simples. Eu apenas queria a autorização dos Vereadores Cláudio Sebenelo,  Reginaldo Pujol, João Dib, Carlos Garcia, Décio Schauren, Adeli Sell, Juarez Pinheiro, Pedro Américo Leal, Jocelin Azambuja e Lauro Hagemann para que eu pudesse ter nos meus guardados cópia dos discursos da manhã de hoje, porque, depois dessas brilhantes explanações, não teria mais nada a dizer, com certeza.

 O que eu mais queria nesta vida, neste momento, é que nada disso precisasse existir, que não precisássemos ter os Jogos Metropolitanos de Estudantes Excepcionais, que não tivéssemos nenhum deficiente na face da Terra.

 Srs. Vereadores, vejam que um deficiente tem duas coisas a superar: primeiro, ele busca a sua própria superação às limitações que lhe são impostas; segundo - e aí sim, cabe a nós, cabe a V. Exas. buscar meios para facilitar as suas vidas, nós como legisladores, o Executivo como responsável pelas coisas que venham a acontecer - é buscar derrubar de vez as barreiras arquitetônicas, as barreiras do preconceito, da discriminação que, sem nenhuma dúvida, são as mais difíceis que um deficiente tenta superar no seu dia-a-dia, na sua vida.

 Por isso, Srs. Vereadores, tenho a grata satisfação de poder olhar nos olhos de cada um dos Senhores e agradecer pelas manifestações que foram feitas neste Plenário na manhã de hoje.  Com certeza, a derrubada deste Veto vai coroar de êxito as propostas, que não são minhas, mas de uma grande camada da população porto-alegrense, rio-grandense e brasileira, que clama pela nossa ajuda. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não é  à toa que passamos a maior parte da manhã de hoje debatendo este Projeto que volta para a Câmara a partir do Veto do Sr. Prefeito.  O Sr. Prefeito agiu corretamente, porque ele não pode sancionar, ou não, baseado no seu desejo, na sua vontade e convicções pessoais. O Prefeito está investido de obrigações públicas que devem, sempre, pautar seus atos como prefeito, que é o princípio da legalidade. Então, o Prefeito agiu corretamente e é importante que se diga isso. Se ele não agisse dessa forma, certamente seria cobrado com muito mais veemência do que o foi agora.

Gostaria de dizer que a Bancada do Partido dos Trabalhadores - não vou afirmar que seja a unanimidade dela - em grande parte já votou favoravelmente a este Projeto quando da sua votação nesta Casa. Lembro que, à época, o encaminhamento que fiz em nome de todos os meus companheiros foi no sentido de que não poderíamos ter qualquer responsabilidade com  veto ou não.

Já conversei com o caro companheiro e amigo, Vereador dos mais ativos nesta Casa, Ver. Paulo Brum, que engrandece o Legislativo Municipal com sua obstinada determinação para melhorar a qualidade de vida em Porto Alegre, de que há um compromisso muito forte por parte de nossa Bancada com o mérito desse Projeto. No entanto, essa vontade, essa determinação não pode fazer elidir o problema da constitucionalidade e, por isso, quero dizer que a nossa Bancada votará de forma liberada  - vários Vereadores já se posicionaram em relação ao mérito -  e, nesse meio tempo,  entre a sanção do Prefeito e a sanção do Presidente da Câmara, que é o caminho normal, legal, regimental, nós, com certeza, queremos viabilizar de todas as formas com esse voto, se não nos termos tais como estão aqui, “ipsis literis”, mas dentro daquela vontade e do princípio que fez o caro Ver. Paulo Brum batalhar de uma forma determinada e até obstinada não só em relação a este Projeto, mas em relação ao conjunto dessas iniciativas que dizem respeito a ampliar e a assegurar a cidadania para os excepcionas, para os portadores de deficiência física e aí por diante. Que seja assegurado aquilo que é a essencialidade da sua idéia.   Eventualmente,  qualquer vício de origem, vício formal ou coisa do gênero haveremos de achar uma maneira de suplantá-lo para que esses vícios, que são menores em relação ao conteúdo,  não acabem impedindo que a Cidade ganhe mais uma bela iniciativa como esta.

Este é o nosso pronunciamento, a nossa colação, essas são as  condicionantes que impõem muitas vezes que o Prefeito, no uso das suas atribuições  e responsabilidades,  não possa ter a sua vontade como soberana, mas a vontade da lei tal como esta se coloca. O próprio Ver. Pedro Américo Leal motivou-se, no seu pronunciamento de encaminhamento, colocando uma das questões que precisam ser analisadas pelo Legislativo, que é a questão dos projetos autorizativos.  No entanto, esse não é autorizativo e tem, a rigor, todas as características de um processo autorizativo. Quem sabe, por uma solução administrativa, legislativa, haja a readequação como autorizativo. Talvez possamos encontrar o ponto de encontro entre a vontade do Prefeito, a vontade da unanimidade dos Vereadores e a legalidade que, afinal de contas, é o império sob o qual nós devemos agir. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL  153/96, de autoria do Ver. Paulo Brum. Tendo em vista a natureza da matéria, a votação será nominal. (Após a chamada.) APROVADO por 26 votos SIM,  0l ABSTENÇÃO. Rejeitado, portanto, o Veto Total a ele aposto.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 1504/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 073/96, de autoria do Ver. Décio Schauren, que autoriza a divulgação de fotos de pessoas desaparecidas no Diário Oficial de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. Juarez Pinheiro: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;     

- da CEFOR. Relator Ver. Pedro Ruas: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

-  da CECE. Relator Ver. Antonio Hohlfeldt: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relatora Vera. Maria do Rosário: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

- da COSMAM. Relator Ver. Cláudio Sebenelo: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Em discussão o PLL 73/96. O Ver. Leão de Medeiros está com a palavra para discutir.

 

O SR. LEÃO MEDEIROS: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, venho a esta tribuna para discutir o Projeto de autoria do Ver. Décio Schauren que em muito boa hora pretende que o Executivo publique, no Diário Oficial do Município, a relação de pessoas desaparecidas na nossa Cidade e, possivelmente, na Região Metropolitana. É com muita satisfação que me agrego à iniciativa do nobre Vereador da bancada governista ao lembrar das figuras que margeiam os jornais e os noticiários das rádios da nossa Cidade, divulgando que três desaparecimentos ao dia, e isso são dados de uma década atrás, ocorrem em nossa Cidade.

Em 1989, Sr. Presidente, chocou e entrou para o noticiário policial da nossa capital um bárbaro homicídio e um estupro de uma menor deficiente mental encontrada morta  embaixo do viaduto da Rodoviária.  As pesquisas e a investigação levada a cabo pela polícia chegaram à conclusão de que o autor era um palhaço de um circo da nossa Cidade, que tinha por objetivo, na figura de palhaço que era, atrair as crianças e cometer uma série de homicídios, entre eles, o dessa pequena débil mental. Essa menina era um caso de desaparecimento, como tantos outros, como hoje mesmo - se compulsarmos o jornal “Zero Hora”, que, por liberalidade da empresa, publica os poucos casos de pessoas que desaparecem, podem sempre acabar esses desaparecimentos na esfera policial. É claro que existe a proteção à criança e ao adolescente; é claro que temos o juizado específico para isso, mas apenas dois Comissários de Menores têm essa atribuição. Por isso, sempre é bom que se motivem as pessoas a lerem que existe gente desaparecida, porque uma só sendo encontrada o objetivo será alcançado.

Congratulo-me com o Ver. Décio Schauren pela sua iniciativa. Mas, Sr. Presidente, lamento apenas que S. Exa. o Vereador da bancada governista não tenha a memória suficiente para se lembrar de que essa matéria foi tratada durante a legislatura que eu e ele aqui completamos, de 1989 a 1992. Eu lembro até da participação do Ver. Antonio Hohlfeldt, quando esse Vereador conseguiu aprovar, por unanimidade, um projeto de lei que visava à divulgação de pessoas desaparecidas em painéis colocados à disposição, provocados pela Prefeitura Municipal. Publicar no Diário Oficial o acesso será muito restrito às pessoas que lêem essa publicação. É muito mais importante, Ver .Décio Schauren, que, em cima da sua lei, que certamente será aprovada, que V. Exa. motive a sua  Bancada e leve ao Prefeito Raul Pont a vontade política da Câmara há sete anos, quando autorizou o Executivo que publicasse, através de painéis de publicidade, aquilo que hoje a iniciativa privada está fazendo gratuitamente.

Para aqueles que não se recordam desse assunto, é bom relembrarmos o início da década de 90, quando da Lei 6580, de minha autoria, de 12 de janeiro de 90. Até ali,  jamais se cogitava desse assunto. Era um assunto eminentemente policial. No entanto, isso só foi estourar, Ver. Pedro Américo Leal, que me dá atenção, quando uma novela da Rede Globo começou a divulgar os casos de desaparecimento. Assim, o tema teve repercussão nacional.

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib se inscreve e cede o seu tempo. Com a anuência do próximo inscrito, Ver. Antonio Hohlfeldt,  V. Exa. tem mais cinco minutos.

 

O SR. LEÃO DE MEDEIROS: Sr. Presidente, volto ao assunto para dizer que, se um só desaparecido for encontrado, o objetivo da iniciativa do Ver. Décio Schauren ou da minha, em outra época, será alcançado.

Lembro o seguinte: a iniciativa privada adotou uma série de medidas em cima daquilo que a Rede Globo, por meio de uma novela, divulgou - por exemplo, em sacos de supermercado, contendo dados de pessoas desaparecidas.

Enfim, é preciso uma mobilização em cima disso. Faço um apelo à bancada governista, através do seu Líder, dos demais Vereadores desta Casa: que levem ao Prefeito a iniciativa que a Câmara teve há nove anos em Porto Alegre, de que se publiquem os dados das pessoas que desaparecem. E que isso se some àquele trabalho realmente benéfico à comunidade do nosso Estado, comandado pelo radialista Sérgio Zambiasi, que, diariamente, Ver. Décio Schauren, faz a divulgação de pessoas desaparecidas, que proporciona, através do som da Rádio Farroupilha, a aproximação de pessoas desaparecidas com seus entes queridos.

 Fico feliz, Ver. Schauren, com a iniciativa de V. Exa., mas ficarei muito mais feliz se a bancada petista levar ao Prefeito Raul Pont a sua sensibilidade em divulgar os nomes das pessoas desaparecidas no Diário Oficial do Município. E que aproveitem essa lei já em execução na Cidade, autorizativa, sim, Ver. Pedro Américo Leal, que não foi acolhida pelo Prefeito da época, mas que, certamente, poderá ser agora.

Encerro, Sr. Presidente, feliz, porque aquilo que parecia ser, há sete anos, um assunto novo, hoje toma uma dimensão tão grande, e é possível fazer isso. Esta Casa, recentemente, através da LDO, aumentou a verba de publicidade. Então, por que não aplicar um pouco mais dessa verba de publicidade que esta Casa concedeu ao Executivo Municipal para agregar aos painéis de publicidade pagos a fotografia das pessoas que desaparecem em Porto Alegre e na Região Metropolitana?

Solidarizo-me com V. Exa., sim, porque sei do alcance social da sua iniciativa, que visa, especialmente, a atingir as camadas mais simples e humildes da nossa população. Parabéns pela iniciativa e poderá contar com o meu voto, se aqui eu estiver no dia da votação. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrada a discussão. Em votação. O Ver. Antonio Hohlfeldt está com a palavra para encaminhar o PLL 73/96.

 

O SR. ANTONIO HOHLFELDT: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o meu voto na Comissão de Educação e Cultura da Casa já é bem claro e favorável ao Projeto do Ver. Décio Schauren. Acho que no mérito não há o que discutir ou titubear, mas quero deixar registradas duas coisas: uma, a contradição de que um Vereador da situação tenha que fazer um projeto de lei para fazer com que a Prefeitura realize uma ação política que, “de per si”, seria normal que o Vereador pudesse alcançar, em sendo do partido governista. Ou seja: certamente imagino que ele enfrenta resistências dentro do Governo para alcançar essa meta, o que faz com que ele tenha que fazer o Projeto de Lei e busque, portanto, o apoio, a partir daí, também das bancadas de oposição.

A segunda questão que quero registrar é ampliar a observação muito bem feita do Ver. Leão de Medeiros sobre o fato de que, há muitos anos, esta Casa já havia encaminhado à  Prefeitura Municipal uma oportunidade, o que não significa demérito ao Ver. Décio Schauren, mas aquela é mais ampla do que a proposta dele feita agora. O Diário Oficial evidentemente tem uma circulação muito mais restrita ao funcionalismo da Prefeitura, não atinge um público tão amplo quanto poderiam atingir os “outdoors” na Cidade. E vejam os Senhores que sou o autor do substitutivo que, lá no longínquo ano de 89, fez com que os homens da publicidade ao ar livre e a  municipalidade chegassem  a um consenso quanto à legislação hoje vigente pela qual a Prefeitura Municipal veicula mensagens através dos “outdoors” e faz acerto de contas em relação às taxas que as empresas de “outdoors” deveriam pagar para o Poder Público Municipal. Na prática, a Prefeitura Municipal tem tido produção gratuita do próprio “outdoor” por parte das empresas. A Prefeitura sequer paga a produção do “outdoor” que é veiculado pelas diferentes empresas. Então, não há nenhuma desculpa, a não ser desinteresse político, desvalorização da questão - que deveria ser uma questão prioritária para o Partido dos Trabalhadores e para a Prefeitura - para  não utilizar esse veículo que reputo há muitos anos como um  dos veículos mais importantes de divulgação pública, que é o  “outdoor”, para a veiculação de fotos de crianças desaparecidas. Imaginem os Senhores se tivéssemos, quinzenalmente, dez “outdoors” na Cidade, rotativos em localização e rotativos em relação às imagens das crianças desaparecidas, o resultado que poderíamos alcançar!

Então, por uma questão de coerência, estamos encaminhando absolutamente  favoráveis ao Projeto do Ver. Décio Schauren porque, evidentemente, divulgar fotografias no Diário Oficial já é um passo extremamente importante, mas queremos, ao mesmo tempo, deixar aqui a cobrança ao Poder Público Municipal, ao Executivo, para que o aplique de uma vez por todas, na prática, porque não vai gastar um tostão. Aplique de uma vez por todas aquele Projeto do Ver. Leão de Medeiros, que é a utilização do “outdoor” com igual objetivo, e obviamente uma coisa não exclui a outra. O “outdoor” a gente olha e vai adiante, e o jornal a gente leva e pode, evidentemente, fixar com maior tranqüilidade.

Meus aplausos ao Ver. Décio e lastimo que o Vereador tenha que fazer um projeto para a Prefeitura eventualmente implantar essa idéia. Acredito que, ao natural, deveria ser iniciativa do Executivo e daqueles que, às vezes, discursam a favor das crianças e que, de repente, nessas coisas mínimas, práticas, não tomam iniciativa. Nota 10 para o Ver. Décio Schauren, nota 10 para esta Casa que já pensou no assunto há tantos anos e volta a esse tema através do Vereador. Espero, também, que, além do Diário Oficial, nós possamos alcançar os “outdoors”, que, no meu entendimento, é o veículo mais sensacional que temos hoje em dia numa cidade das dimensões de Porto Alegre para fazer essa divulgação. E se a Prefeitura pode usar “outdoor” para dar as boas-vindas ao encontro de São Paulo, como fez na semana retrasada e passada - encheu a Cidade desses “outdoors” -, pode também utilizar essa tecnologia para ajudar as crianças desaparecidas. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Isaac Ainhorn): O Ver. Jocelin Azambuja está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. JOCELIN AZAMBUJA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, em nome da Bancada do PTB, evidente que estamos encaminhando favoravelmente, com assentimento dos companheiros da Bancada, porque é um projeto importante e necessário que o Ver. Décio Schauren faz. Eu desconhecia que o Ver. Leão de Medeiros já era autor de um projeto autorizativo, Lei nº 6580, que diz: “Autoriza o Executivo Municipal a instalar painéis em logradouros públicos para a fixação de anúncios sobre pessoas desaparecidas do Município de Porto Alegre”. Um projeto autorizativo, de autoria do Ver. Leão de Medeiros, aprovado por unanimidade desta Casa, sancionado pelo Prefeito Olívio Dutra, com a assinatura do Secretário Caio José Lustosa e do Secretário do Governo Municipal Tarso Genro. Naquela legislatura era bom, se podia fazer projeto autorizativo - era sancionado e apoiado pelo Executivo Municipal. Na legislatura passada já não tivemos essa felicidade. Por exemplo, Porto Alegre não tem ciclovias e todos os projetos de lei que a Câmara aprovou sobre ciclovias foram vetados pelo Prefeito Municipal. Mas eu tenho certeza de que o Prefeito Municipal terá sensibilidade com o Ver. Décio Schauren, que também faz um projeto autorizativo de alto cunho social, importantíssimo, que é mais um espaço de divulgação das pessoas desaparecidas e que, tenho certeza, vai ter a unanimidade desta Casa na aprovação. Seria importante também que o Prefeito Raul Pont tivesse a mesma sensibilidade que teve o Prefeito Olívio Dutra de sancionar projetos autorizativos, e pena que o Prefeito Tarso Genro não tenha feito isso na legislatura passada e Porto Alegre tenha perdido tantas iniciativas, como esse caso, que volto a citar, das ciclovias, que Porto Alegre não tem porque se diz que são projetos autorizativos! Ora, mas existe um projeto autorizativo de qualidade, como o do Ver. Leão de Medeiros, há nove anos, realizado num momento difícil em que a Cidade precisava tomar uma posição sobre essa matéria, e nunca mais o Município se manifestou a respeito, tanto que eu não sabia de nada! Nunca vi o Município de Porto Alegre tomar qualquer iniciativa e o governo que administrava Porto Alegre é o mesmo desde aquela época. Então, poderia já ter colocado os painéis divulgando. O Projeto era seu, Ver. Leão de Medeiros, e foi aprovado por unanimidade.

Eu tenho certeza de que esses atos provocarão mudanças de mentalidade, e quero parabenizar mais uma vez o Ver. Décio Schauren, que foi meu colega na legislatura passada, na Comissão de Educação, e sempre teve uma preocupação constante com as crianças, com os adolescentes, com os jovens, que são as pessoas que mais se vêem nessa situação, e espero que tenhamos também esse elemento no Diário Oficial de Porto Alegre, ou seja, a publicação de fotos de desaparecidos. Não se precisa dizer que para isso aí bastava um pedido para o Executivo, porque aqui, na Casa, às vezes, o pessoal diz: “Não, não precisa fazer pedido autorizativo; basta fazer um pedido de providências”. Não, não basta fazer um pedido de providências, porque, talvez, se o Vereador fizesse o pedido de providências, não iria ser atendido. Talvez o Ver. Décio Schauren fizesse um pedido de providências para o Prefeito Municipal e o Prefeito não fosse fazer isso aqui, não fosse colocar fotografia, no Diário Oficial, dos desaparecidos; mas o Ver. Décio está usando o seu direito e poder político,  usando o Poder Legislativo para, justamente, instar o Governo Municipal a tomar uma atitude.

Então, vejam como é importante a reflexão que temos que fazer sobre o ato de força do Poder Legislativo, a postura assumida pelo Ver. Décio Schauren corretamente. Não bastava ele fazer um pedido de providências. Ele tinha que fazer o que está fazendo, um projeto de lei autorizando o Município, para que, amanhã ou depois, não aconteça como com o Ver. Leão de Medeiros. Só assim o Ver. Décio Schauren poderá cobrar de alguém colocar em prática a lei que vamos aprovar; que não aconteça como com a outra, que fique engavetada.

Vamos colocar em prática todos aqueles bons projetos autorizativos feitos aqui, nesta Casa, dados ao Executivo Municipal, independentemente de quem fizer o projeto. Isso é que é importante. Importante é que ganhe a Cidade. Meus parabéns, Ver. Décio Schauren. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Décio Schauren está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. DÉCIO SCHAUREN: Sr. Presidente, Srs. Vereadores, pretendo encaminhar rápido devido ao adiantado da hora. Quero dizer que o nosso Projeto tem um cunho social, assim como o Projeto aprovado há alguns anos, de autoria do Ver. Leão de Medeiros.

Em função do surgimento do Diário Oficial do Município e sabendo que ele não tem uma circulação tão restrita - são milhares de pessoas que o lêem -, nós entendemos que esse seria um veículo importante para a divulgação de fotos de pessoas desaparecidas. Nós sabemos o quanto é importante, cada vez mais, criarmos instrumentos de solidariedade para com as famílias que têm pessoas, amigos desaparecidos. Isso, quanto ao mérito do Projeto, que entendemos ter um alto cunho social.

Agora, ainda sobre os projetos autorizativos, nós entendemos que o Legislativo tem a obrigação de contribuir com propostas ao Executivo. Eu entendo que esse projeto autorizativo e outros vão nessa linha. Então, eu já tinha me referido, no Veto ao Projeto do Ver. Paulo Brum, aos projetos autorizativos. Mais uma vez, temos uma prova da importância de o Legislativo contribuir com o Executivo, fazendo uma espécie de provocação de questões que o Executivo ou não se deu conta, ou não está cumprindo.

Entendemos que, com recursos irrisórios, pode se produzir um benefício muito grande. Muito obrigado.

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. João Dib está com a palavra para encaminhar o PLL 73/96.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, não há dúvida nenhuma de que esta Casa aprovará por unanimidade este importante Projeto. Não sei se o Prefeito  o sancionará,  se não o vetará. Não sei se, o sancionando, o cumprirá, porque Diário Oficial é uma coisa diferente em Porto Alegre. Estamos acostumados a Diário Oficial sem reclames. Aquela verba de 1,2% do Orçamento para publicidade também inclui o Diário Oficial, que traz uma primeira página cheia de reclames. Isso não é muito certo em Diário Oficial.

Não sei se o Prefeito vai deixar de fazer reclames da administração dele para botar a foto do desaparecido. Mas, de qualquer forma, o Projeto será votado por unanimidade;  se o Prefeito vetá-lo, o Veto será derrubado por unanimidade; e, se o Prefeito não cumprir, eu, pelo menos, estarei cobrando o cumprimento do Projeto. Saúde e paz. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Encerrados os encaminhamentos. Em votação. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO  o PLL 73/96 por unanimidade.

Em votação a Emenda a ele aposta. Os Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA  por unanimidade.

 

DISCUSSÃO GERAL E VOTAÇÃO

 

PROC. 2555/96 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 158/96, de autoria do Ver. Fernando Záchia, que estabelece a obrigatoriedade de colocação de inscrição nos veículos da frota de transporte público em Porto Alegre e dá outras providências. Com Emenda nº 01.

 

Pareceres

- da CCJ. Relator Ver. João Motta: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;  

- da CUTHAB. Relator Ver. Antônio Losada: pela aprovação do Projeto; Relator Ver. Lauro Hagemann: pela aprovação da Emenda nº 01;

- da CECE. Relator Ver. Décio Schauren: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01;

- da CEDECONDH. Relator Ver. Hélio Corbellini: pela aprovação do Projeto e da Emenda nº 01.

 

O SR. PRESIDENTE: Em discussão. (Pausa.) Em votação. O Ver. Gerson Almeida está com a palavra para encaminhar o PLL 158/96.

 

O SR. GERSON ALMEIDA: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, eu não costumo fazer encaminhamentos a esta hora, mas vou usar um minuto para dizer que somos favoráveis ao Projeto do Ver. Fernando Záchia, Líder da Bancada do PMDB. Queremos, com isso, demonstrar que o PT não tem agido de uma forma sectária, não avaliando o mérito dos projetos e sempre vendo a origem. 

Vamos aprovar este Projeto, porque é  uma iniciativa que ajuda o controle público sobre os veículos do Município – inclusive, quero dizer, prática que, mesmo não sendo objeto de lei municipal, já vem sendo observada por normas e orientações dos prefeitos há muito tempo. A lei vem ajudar no sentido de transformar aquilo que já era prática em lei. Vamos aprovar. Tem mérito a proposta. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE:  O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para encaminhar.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente e Srs. Vereadores, o PFL, da mesma forma que o PT, apóia o Projeto do Ver. Fernando Záchia e não o faz por compromissos políticos, nem doutrinários, nem ideológicos; apóia, porque é um projeto muito bem elaborado, que mereceu o exame das Comissões, que recomendaram a sua aprovação, e porque realmente consulta o interesse público. Então, o PFL anuncia que irá votar a favor do  Projeto do Ver. Záchia. Muito obrigado.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Em votação o PLL nº 158/96. Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.

 Em votação a Emenda nº 01, aposta ao PLL nº 158/96. Os  Srs. Vereadores que a aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADA por unanimidade.

O Ver. Adeli Sell solicita verificação de quórum. Visivelmente, não há quórum.

Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão. Desejamos um ótimo fim de semana para todos. 

 

(Encerra-se a Sessão às 12h37min.)

 

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